Alunos de cursos gratuitos, na área da construção civil, ofertados pelo Instituto Mulher em Construção em parceria com a Universidade La Salle realizaram neste sábado (31) o primeiro mutirão de reparos na Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) Vovó Doralice, em Canoas.
As iniciativas fazem parte do Projeto Regenera RS. A arquiteta e coordenadora do projeto, Gabriela da Siqueira Brincamann, explica que os cursos e os mutirões de reparos foram por meio de parcerias com empresas e pela doação de R$ 450 mil de vaquinha realizada pela Nathalia Arcuri.
“O mutirão é uma forma de dar retorno para a sociedade e também uma maneira dos alunos colocarem em prática o que aprenderam. Escolhemos uma creche porque as crianças precisam voltar às aulas”, destaca.
Cerca de 20 alunos participaram da ação de revitalização da escola Vovó Doralice, localizada no bairro Harmonia. A Emei, que ficou submersa nas águas da enchente, recebeu reparos nas paredes. “Os alunos fizeram a remoção das tintas e no próximo mutirão, que deve ocorrer nesta semana, será feita a pintura das paredes.”
Ao todo, são ofertados três cursos: reparo em elétrica, reparo em hidrossanitário e reparo em parede. Cada curso possui duração de cinco dias (manhã e tarde). As aulas são realizadas na Universidade La Salle, em Canoas. A iniciativa é destinada para canoenses que tiveram as residências atingidas pela enchente.
“Começamos em julho e desde então já formamos 280 alunos. A maioria são mulheres. São cursos básicos, ou seja, de reparação. Eles não aprendem a fazer uma fiação elétrica do zero, mas sim o conserto, a restauração”, salienta Gabriela.
Cada aluno recebe uma bolsa-auxílio de R$ 450, refeição e vale-transporte. “É uma ajuda para a pessoa, que muitas vezes perdeu tudo na enchente, conseguir frequentar o curso.
Inscrições
Nesta semana, uma nova turma de reparos em elétrica será iniciada. De acordo com a coordenadora, a procura diminuiu nas últimas semanas. Interessados devem entrar em contato pelo (51) 99548-6137, pelo site mulheremconstrucao.org.br/regenerars ou pelo Instagram @mulheremconstrucao_oficial.
Expectativa de retorno
A diretora da Emei Vovó Doralice, Ana Lúcia Amaral Franceschi, comemorou o mutirão.
“A escola perdeu tudo durante a enchente. Essa ação é muito importante e auxiliará na retomada das atividades escolares. Gostaríamos de reabrir ainda esta semana, mas tudo dependerá dos processos de revitalização”, afirma.
Atualmente, a Emei atende 64 crianças do Maternal II, Jardim I e II.
Trabalho voluntário que faz a diferença
Mãe de ex-aluna da Vovó Doralice e aluna do curso de reparação de paredes, Juliana Rachele Maciel Dias, 41 anos, fala sobre a participação no mutirão.
“É uma mistura de sentimentos. É até difícil explicar. Eu gostaria de estar fazendo isso para melhorias e não porque a escola foi destruída pela enchente. É gratificante poder ajudar por meio do trabalho que aprendi no curso. Meu desejo é que a escola volte a ter tudo que tinha antes da tragédia”, ressalta a moradora do Harmonia.
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