A Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Rondônia, no bairro Estância Velha, promoveu mais uma edição dos “Jogos indígenas na escola” na última quinta-feira (15). O projeto tem o objetivo de aproximar a cultura de diferentes etnias indígenas do cotidiano de alunos da rede municipal.
Foto: Paulo Pires/GES
Idealizadas pela professora Caroline Vivian, as oficinas que começaram nas aulas de educação física ganharam apoio de toda a equipe escolar. “A ideia surgiu a partir da lei 11.645. Já trabalhávamos a cultura afro, mas ainda não tínhamos começado a abordar a cultura indígena. Encontrei um evento chamado Jogos Mundiais Indígenas, e pensei em fazer uma releitura na escola”, conta a professora.
Sancionada em 2008, a Lei 11.645 determina que escolas de ensino fundamental e médio, tanto públicas quanto privadas, incluam em seu conteúdo programático o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
Diálogo intercultural
No início do projeto na Emef, alunos produziam trabalhos sobre o tema, participavam de oficinas e visitavam uma aldeia durante o ano letivo. Desde 2018, a atividade passou a incluir a visita de indígenas da etnia kaingang à escola. “Nós convidamos os indígenas kaingang para um bate-papo e visitamos uma aldeia de outra etnia. Assim, conseguimos desmistificar preconceitos e mostrar a diversidade cultural”, diz a professora Caroline.
Além da palestra de Antônio dos Santos – Mîn, na língua jê ou kaingang – da aldeia Por Fi Gâ, localizada em São Leopoldo, a programação contou com exposição de trabalhos de alunos, prática de jogos de origem indígena e comercialização de artesanatos dos povos tradicionais.
Foto: Paulo Pires/GES
Conexão com a cultura kaingang
Indígena da etnia kaingang, Antônio dos Santos, chamado de Mîn em sua língua nativa, participou de um bate-papo com os alunos da Emef Rondônia. Na aldeia Por Fi Gâ, no município de São Leopoldo, vivem 85 famílias. “Nossa aldeia é aberta, não tem cercas. Todo mundo vive junto, é nosso costumo. Minha famílai veio de Nonoai, na divisa com Santa Catarina, e formou uma aldeia em São Leopoldo”, explicou. “Nossa resistência vem de longos anos. Meu bisavó já chegou com essa guera, em defesa da natureza, dos mais velhos, das árvores. Essa resistência passa de geração em geração”, contou aos alunos. Antônio está disponível para palestras em outras escolas e pode ser contatado em (51)97282784.
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