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EDUCAÇÃO

Professora de Canoas é prata na Olimpíada de Matemática

Aos 34 anos, Cláudia coordena projeto com alunos da rede pública

Taís Forgearini
Publicado em: 01/04/2024 às 09h:55 Última atualização: 01/04/2024 às 09h:56
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Apaixonada pela docência e pela matemática, Cláudia Brum de Oliveira Fogliarini Filha, 34 anos, conquistou a medalha de prata na Olimpíada Brasileira dos Professores de Matemática do Ensino Médio (OPMbr).

 Cláudia participou com 600 outros professores



Cláudia participou com 600 outros professores

Foto: Paulo Pires/GES

A professora do campus Canoas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) é coordenadora do projeto de matemática desenvolvido com professores e alunos no IFRS. “Estou muito feliz pela conquista. Foi uma oportunidade incrível participar da OPMbr. A matemática é fundamental, desenvolve o raciocínio lógico, é utilizada para parte econômica da vida, no gerenciamento familiar e contribui para a argumentação em discussões”, diz.

A harmoniosa relação de Cláudia com a matemática começou ainda na infância, por influência do pai, que a incentivava com jogos, desafios e quebra-cabeças. A professora classifica a atuação do pai como essencial para que ela perdesse o medo da disciplina.

“Normalmente na infância a matemática amedronta. Se cria um bloqueio muito cedo e isso prejudica o aprendizado. Fui para a escola com o coração aberto para matemática. Não precisava estudar muito. Comecei a gostar, prestava atenção na aula e, quando chegava em casa, não precisava estudar a disciplina”, salienta.

Durante a fase de estudante, Cláudia participou de olimpíadas e eventos que discutem a matemática em outros Estados, como Rio de Janeiro. “Fui duas vezes ouro na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas. Na época, ganhei uma bolsa paga pelo CNPq [Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico]. As olimpíadas foram muito importantes para a escolha da minha carreira.”

Cláudia cursou licenciatura em matemática. Ela conta que, no início, não pensava na docência. A mudança veio quando realizou o primeiro estágio da graduação. “Minha ideia inicial era ficar exclusivamente na matemática, não pensava em ser professora. Quando fiz o estágio, me encontrei. Percebi que queria ser professora de matemática. Hoje, sou apaixonada pelo que faço.”

Natural de Cachoeira do Sul, na região central, Cláudia mora em Canoas desde 2017. “Anteriormente, lecionei em Santa Maria. Estou no IFRS há sete anos. Acredito no poder do ensino da matemática. É possível gostar da disciplina. Quanto mais ela for valorizada nas escolas, mais o horizonte do aprendizado vai se expandir. A matemática faz parte da vida de qualquer pessoa.”

Histórias gratificantes

Cláudia participou da OPMbr com 600 professores de matemática do Brasil. A competição foi dividida em três fases. Na primeira, os docentes realizaram provas dissertativas com cálculos. Passaram para a segunda fase 68 docentes. Nela, cada professor tinha que enviar um vídeo explicando os métodos utilizados de ensino e com depoimentos de alunos sobre as aulas ministradas. Para última etapa, 20 professores se classificaram, entre eles, Cláudia.

Cláudia é apaixonada pela docência e pela matemática



Cláudia é apaixonada pela docência e pela matemática

Foto: Paulo Pires/GES

“Fizemos uma entrevista com o comitê OPMbr. Os dez primeiros ficaram com medalha de ouro e os outros dez, com a de prata. Estou contente com o resultado. Claro, gostaria de ter conquistado o ouro e a viagem para Xangai, na China. Será um intercâmbio de duas semanas em uma das maiores escolas de formação do país. A China é muito avançada na matemática”, comenta.

O projeto de matemática do IFRS, criado em 2018, auxilia na preparação de alunos de escolas municipais e estaduais, do ensino fundamental e médio, para a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Por ano, são atendidas cerca de 50 estudantes de 10 escolas de Canoas. Os alunos são orientados e preparados para provas na área da matemática, com questões de múltipla escolha e cálculos dissertativos e argumentação.

“Temos estudantes que passaram pelo projeto que conquistaram medalhas de ouro, prata e bronze na OBMEP. Em alguns casos, o aluno seguiu carreira na matemática. São histórias lindas. É gratificante. A matemática também salva.”

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