MÚSICA
Professor Fonfon conta sua trajetória como organista
Antônio Darci Von Fruhauf toca órgão há mais de 60 anos na Capital
Última atualização: 23/01/2024 11:21
O professor aposentado de História, Português e Música, Antônio Darci Von Fruhauf, popularmente conhecido como “Professor Fonfon”, deixou as salas de aula, mas não abandonou uma paixão que vem desde a infância: tocar órgão.
O instrumento musical da família dos aerofones de teclas, tocado por meio de um ou mais manuais e uma pedaleira, é uma das grandes paixões do professor.
Quem vê aquele senhor baixinho, não imagina o quanto é capaz de encantar a todos através da música sacra. Morador do bairro Harmonia, em Canoas, Darci leva consigo uma paixão que começou na infância, quando acompanhava a mãe nas missas da Igreja São José, no Centro Histórico de Porto Alegre. “Fiquei com uma ideia fixa, e fui atrás de aprender. Estudei no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e fui me dedicando à música”, salienta.
Darci foi um dos fundadores do Coral de Canoas, ao lado de Octavio Longhi, que faleceu no final de 2022. Também foi organista do Coral, onde fazia arranjos para o grupo. O professor teve que deixar o Coral após ser selecionado para substituir o organista da Igreja São José na época. Foram anos se dividindo entre a sala de aula e a missão de tocar órgão.
“É o ar que respiro”
Depois da aposentadoria compulsória por idade, em que teve que deixar a sala de aula, um dos compromissos de Darci foi estar todos os dias na Igreja São José. Diariamente sai da sua casa, no bairro Harmonia, em Canoas, e se dirige até a Capital. “Infelizmente eu podia continuar dando aula, tinha saúde, tinha tudo, mas terminou até o tempo, e isso me deixou triste, pois estaria dando aula até hoje. A partir disso, comecei a me dedicar à música, ao órgão”, relata o professor ao falar sobre sua trajetória em sala de aula.
60 anos como organista da Igreja São José, no centro da Capital
Dos 100 anos que serão completados neste ano pela Igreja São José, localizada no Centro Histórico da Capital, 60 deles contam com a colaboração de Darci, que se tornou o organista do local, e encanta a todos com as apresentações de músicas sacras. Entre missas, celebrações de batizados e casamentos, a história é longa. Diariamente, Darci está no local para o momento mais alegre do seu dia, como ele mesmo diz. “Eu venho tocar todos os dias. É engraçado que esse aqui é o meu momento de alegria. Vir para cá é aquele combustível pra alma”, reforça.
De onde vem o apelido Fonfon?
Antônio Darci Von Fruhauf também amava a sala de aula. O professor aposentado teve passagem pelas escolas estaduais André Leão Puente, Carlos Chagas, Gomes Jardim e Marechal Rondon. Nas duas últimas, Darci teve a oportunidade de ser diretor.
Os alunos que passaram pelas escolas e tiveram a oportunidade de ter aula com o professor devem lembrar dos ensinamentos do Darci, que nunca escondeu dos alunos a sua paixão pelo órgão e a música sacra.
A origem alemã é carregada no sobrenome “Von Fruhauf”, que era uma dificuldade para os alunos pronunciarem. Com isso, os alunos deram o apelido de Fonfon.“A gurizada não conseguia falar meu
sobrenome. Eles tentavam e não conseguiam. Certo dia começaram com Fonfon, Fonfon e pegou. No início fiquei bravo, mas o apelido ficou”, afirma