CANOAS

Água baixa e comerciantes conseguem acessar estabelecimentos saqueados em meio a inundação

Sindicato dos Lojistas confirma trabalhar em um levantamento que possa apontar o tamanho do prejuízo

Publicado em: 28/05/2024 15:57
Última atualização: 28/05/2024 20:45

Embora baixando lentamente, a água que recua no bairro Mathias Velho, em Canoas, começa a colocar em evidência prejuízos que só agora são observados por comerciantes e lojistas.

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Estabelecimentos saqueados durante a cheia estão surgindo após a água baixar no bairro Mathias Velho Foto: PAULO PIRES/GES

Com a possibilidade de acesso do viaduto da Avenida Boqueirão e a entrada da Avenida Rio Grande do Sul, é possível ver o rastro de destruição causado por saqueadores durante o período de cheias. Somente nas primeiras quadras da entrada do bairro, há, pelo menos, cinco estabelecimentos visivelmente arrombados e saqueados por criminosos.

Atendente de loja, Camila Santos, 24 anos, aponta que somente estabelecimentos com “cortinas de ferro” acabaram saqueados. "Acho que eles não queriam fazer barulho quebrando vidros", opina. “Porque a gente vê só as cortinas cortadas”.

Em um dos estabelecimentos, os criminosos deixaram um rastro de perfumes, desodorantes, chocolates e refrigerantes até o buraco aberto na cortina. "Cortar ferro e arrombar as fechaduras é bem mais fácil que dar tijolada em vidraça grossa", explica Régis Nascimento. "Até porque essa área era vigiada e chamariam muita atenção", reforça o aposentado de 59 anos.

Comerciante que não teve o estabelecimento atingido, Clóvis Gouveia, 59 anos, disse que a loja que mantém possuía poucos atrativos e por isso acabou poupada. "Eu vendo móveis e ninguém no meio dessa água seria louco de tentar roubar um sofá", afirma o trabalhador de 56 anos. "Só que os vagabundos não respeitaram nada e lesaram muita gente".

Avaliação

Conforme o presidente do Sindilojas, Denério Neumann, são centenas de relatos não somente de lojas saqueadas. Muitos empreendedores tiveram também objetos pessoais que ficaram para trás levados por criminosos. “É um absurdo o que aconteceu em Canoas”, lamenta. “Em um quadro que é dramático, a pessoa tem a loja saqueada e da mesma forma a casa que precisou abandonar quando a água subiu”, acrescenta.

O presidente do Sindicato dos Lojistas disse ainda não ser possível estimar o tamanho da perda para a economia canoense, porém garante que ele não deve ser pequeno, já que um lado inteiro da cidade permanece inundado.

“Logo na primeira semana contabilizamos 600 negócios atingidos pela cheia, mas agora este número está defasado, já que inundou metade da cidade”, argumenta. “Estamos trabalhando em um novo levantamento”.

Segurança

O 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) confirma que mantém as rondas iniciadas no início da enchente para tentar evitar os saques. A Força Nacional confirmou que também reforça o trabalho de policiamento ostensivo e permanece ativa dias e noites.

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