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Prefeitura vai avaliar contrato com creche de diretora indiciada por morte de bebê de 5 meses em Canoas
Instituição no bairro Guajuviras é conveniada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) e tem 30 crianças ocupando vagas
Última atualização: 13/03/2024 17:29
Após dois meses de investigação sobre a morte de Pedro Antônio Prado, que tinha apenas 5 meses, a Polícia Civil confirmou, na tarde de segunda-feira (11), o indiciamento da diretora da creche Pique Esconde Espaço Kids pelo crime de homicídio culposo.
A apuração da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Canoas apontou a diretora como a única responsável pela morte do bebê. Após o indiciamento, a prefeitura de Canoas informou por meio de nota, na tarde desta quarta-feira (13), que avaliará o contrato de convênio que tem com a instituição no bairro Guajuviras.
A nota encaminhada pelo Escritório de Comunicação (Ecom) aponta que “a Secretaria de Educação (SME) vem acompanhando a situação e as investigações a respeito do falecimento do bebê” desde janeiro.
A Secretaria de Educação confirma ainda que tem convênio com a instituição Pique Esconde para atender à demanda de 30 vagas para crianças do bairro, conhecido por ser um dos mais carentes de Canoas. “A SME solicitou orientação à Procuradoria-Geral do Município (PGM), que recomendou avaliar contratualmente as possibilidades para não prejudicar as 30 crianças que ocupam as vagas”, conclui o texto.
A reportagem tentou contato com a Pique Esconde, porém, até o final da tarde desta quarta-feira, não houve retorno para que a instituição se posicionasse sobre o assunto.
Conforme constatou a reportagem ao visitar o endereço, a Pique Esconde segue funcionamento normalmente desde o acidente que terminou por vitimar o bebê, fato confirmado pela própria instituição.
“A escola continua em funcionamento, pois respeita toda a legislação vigente e necessária”, informou a Pique Esconde, por meio de nota encaminhada à imprensa, na última segunda-feira.
Causa da morte
Segundo o delegado Maurício Barison, que coordenou a investigação da Polícia Civil, a causa da morte do bebê foi por asfixia, mas não por leite ou qualquer outro alimento. Pedro acabou se asfixiando sozinho no carrinho de bebê.
“Ele foi deixado sozinho em um carrinho e acabou se asfixiando sozinho”, explica. “O laudo apontou que o leite foi uma consequência da asfixia. O alimento foi colocado para fora enquanto a criança tentava respirar.”
Barison explica que a própria diretora esclareceu à Polícia ter pegado o pequeno naquela manhã para cuidá-lo, tirando a criança da professora responsável pela supervisão direta.
“Ela disse que teve uma reunião cancelada e pegou o Pedro para tentar acalmá-lo, porque estava chorando, mas tocaram a campainha da creche e ela foi atender. A criança ficou sozinha no escritório”, esclarece.