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Preocupação

Prefeitura de Canoas já reforçou a vigilância em 26 instituições de ensino da rede

Após ataque de estudante com faca em escola de São Paulo, novo sinal de alerta foi ligado pelo Município. Embora não exista registro de crime parecido no Estado, Brigada Militar (BM) aponta que ameaças tidas como "brincadeira" acabam causando "intranquilidade". "Buscamos desmentir boatos e tranquilizar a comunidade escolar", explica o tenente-coronel André Luiz Stein

Publicado em: 02/04/2023 às 13h:48 Última atualização: 01/03/2024 às 10h:12
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Guarda Municipal tem sido pivô no reforço da segurança em torno das instituições



Guarda Municipal tem sido pivô no reforço da segurança em torno das instituições

Foto: PMC/DIVULGAÇÃO

O ataque cometido por um adolescente em um escola de São Paulo na semana passada causou impacto no Brasil. Antes uma realidade vista somente nos Estados Unidos, este tipo de crime tem se repetido no País nos últimos anos, o que vem gerando um debate a respeito da falta de segurança nas instituições de ensino.

Uma pesquisa da Unicamp aponta que 36 instituições foram atacadas no Brasil nos últimos 20 anos. O saldo foram 24 estudantes, cinco professoras e outros dois profissionais de educação mortos somado o quadro da violência no País. Seis vítimas foram registradas somente no ano passado.

O aumento dos registros tem deixado autoridades cada vez mais preocupadas com a segurança. Embora ainda não exista um caso deste tipo registrado no Rio Grande do Sul, a movimentação para garantir mais proteção a alunos e crianças existe. A Secretaria Municipal de Educação (SME) trabalhava desde o ano com um projeto para implementar segurança nas instituições da Rede Municipal.

Até agora, 26 Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) já contam com vigilância reforçada. Pelo menos seis destas têm segurança garantida durante 24 horas e não somente no período de aulas. A meta da Secretaria de Educação é ampliar a cobertura ao longo do ano.

“Qualquer ataque à educação é uma violência contra as nossas crianças e o nosso futuro”, afirma. “A escola deveria ser porto seguro, mas a realidade é triste e precisamos nos preocupar”, comentou a secretária Beth Colombo.

‘Brincadeira’ de mau gosto

Segundo o tenente-coronel André Luiz Stein, que comanda o 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), mesmo que o Rio Grande do Sul não tenha registros deste tipo de ataque que tem se tornado mais frequente no centro do País, os boatos em torno de “ataques” e “massacres” causam transtorno na comunidade escolar.

Ele lembra que a última ameaça tida como “brincadeira” aconteceu em uma instituição que fica no bairro Guajuviras, durante o ápice de tensão que vivia o bairro devido a homicídios múltiplos que vinham sendo cometidos em Canoas. O resultado foi intranquilidade a alunos, pais e professores, o que exigiu esforços da Brigada Militar (BM).

“O que acontece é a disseminação de boatos por pessoas irresponsáveis”, esclarece. “Buscamos sempre desmentir boatos e tranquilizar a comunidade escolar para possibilitar o bom convívio educacional, que é tão importante para o aprendizado”.

“Esse assunto não pode ser tratado somente quando acontece um caso”, diz coordenadora da 27ª CRE

Ainda conforme a pesquisa da Unicamp, dos ataques registrados no Brasil, 16 foram cometidos por alunos e 12 por ex-alunos, reforçando a preocupação em torno da situação do ambiente escolar onde brota tamanha violência.

Responsável pela 27ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Mara Maria Valandro aponta que o assunto do aumento da violência vem sendo tratado com frequência com alunos em sala de aula.
“As estratégias devem ser a prevenção, conscientização dos adolescentes e de suas famílias”, observa. “Porque esse assunto não pode ser tratado somente quando acontece um caso e ganha a cobertura na mídia. Ao contrário, a atenção tem que ser permanente”.

Mara lembra inclusive de um episódio que aconteceu no ano passado.

“Alguém que não era da escola, e era namorado de uma aluna, estava enciumado e invadiu uma escola. A direção da instituição e a Brigada Militar contornaram a situação muito bem, mas é justamente este tipo de caso que exige mais atenção e acaba preocupando”.

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