Pouco mais de dois meses após o início do ano letivo na rede de ensino do Município, a Prefeitura de Canoas aponta o déficit de 422 professores após um levantamento nas 83 instituições da cidade.
A informação partiu da Secretaria de Educação, que deu início na terça-feira (23) a um processo seletivo visando a contratação de professores, especialistas e técnicos de educação básica.
Conforme o secretário de Educação, Aristeu Ismailow, o governo reassumiu a pasta no início do mês e diagnosticou o problema, oriundo dos pedidos de exoneração e redução da jornada de trabalho.
“Os pedidos de exoneração fazem parte de uma realidade em que profissionais passaram em outros concursos ou decidiram mudar de área”, explica. “Não há gerência do Município neste tipo de decisão”.
O secretário aponta que foram 45 profissionais pedindo exoneração somente no último mês. Além disso, também há pedidos de redução de jornada de trabalho baseados em laudos médicos.
“O profissional que tem uma criança autista em casa, por exemplo, tem essa prerrogativa por lei de ter a jornada reduzida”, frisa. “Então fizemos um levantamento e observamos o déficit de pelo menos 422 profissionais”.
As inscrições para o novo processo podem ser feitas até as 23h59 minutos do próximo sábado (27). São até 120 vagas para professor de anos iniciais do ensino fundamental e 78 para a educação infantil.
Além do processo aberto para professores com carga horária para ambas é de 20 horas semanais, também são destinados 35 vagas para Especialista em Educação Básica, com carga horária de 40 horas semanais e mais 189 vagas para técnicos em educação básica, responsáveis por exercer atividades de apoio aos professores.
“A população pode ficar ciente que a Prefeitura de Canoas vai trabalhar incessantemente para reconstruir tudo que foi destruído na educação do Município”, conclui.
Merenda faltante
Em paralelo ao problema da falta de professores, a Prefeitura de Canoas trabalha para solucionar outros. O primeiro diz respeito a falta de merenda nas instituições. Conforme apontamento da administração, entre 2023 e 2024, houve redução de 120 mil refeições antes garantidas às crianças.
“Por falta de ingerência na administração da Secretaria de Educação, faltaram insumos para a merenda, de modo que houve uma redução na quantidade de refeições dadas às crianças. Não há como negar, poque está tudo registrado em números deixados pela gestão anterior”, aponta.
Conforme Aristeu, o problema foi resolvido e as crianças já recebem a refeição completa, contudo resta o envio de alguns insumos para que o pacote nutricional oferecido pela Educação esteja 100%.
“Há fornecedores oriundos de Curitiba que estão a caminho, mas já garantimos as refeições e não há mais a substituição do alimento por pacotes de bolacha como estava acontecendo”, afirma.
Uniformes não entregues
A Secretaria de Educação aponta que está fazendo um levantamento também a respeito dos kits escolares. Isso porque não se sabe ainda quais escolas receberam uniforme e material.
No cerne do problema está novamente, aponta o secretário Aristeu, a completa falta de controle do processo, já que a administração anterior teria deixado a entrega à revelia nas mãos de fornecedores.
“Não há registros das escolas contempladas ou mesmo o quantitativo da entrega”, afirma. “Vamos concluir ainda em maio o processo e garantir a entrega dos kits, que já deveria ter sido feita desde o início do ano letivo”.
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Sindicato dos professores preocupado
Nova presidente do Sindicato dos Professores Municipais de Canoas, Simone Riet Goulart afirma que a falta de professores é preocupante já que se passaram dois meses do início do ano letivo.
“As trocas na gestão na Prefeitura de Canoas, sem haver uma preocupação ou mesmo diretrizes bem definidas sobre as carências do ensino, prejudicou muito a educação nesse início de ano letivo”, avalia.
Conforme Simone, além da ausência de profissionais, principalmente, nas Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI) e também nos anos iniciais do Ensino Fundamental, existem reclamações sobre a falta de uniformes e até merenda.
“O retorno que a gente vem recebendo desde o início do ano é de muitas reclamações, já que há informações sobre falta não apenas de profissionais. Houve problemas com a merenda de algumas escolas e os uniformes não forma entregues em muitas instituições”.
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