Saúde
Prefeito Jairo Jorge volta a cobrar produção do Hospital Universitário de Canoas
Diante de denúncias, o prefeito não descarta que um novo processo licitatório possa ser aberto para a gestão da casa de saúde
Última atualização: 22/04/2024 18:02
O prefeito Jairo Jorge resolveu se manifestar diante do pedido do Sindicato Médico do Rio Grade do Sul (Simers) para o Ministério Público (MP-RS) investigue a troca de gestão do Hospital Universitário (HU) de Canoas.
A licitação vencida pela Associação Saúde em Movimento (ASM) aguardava a homologação por parte do prefeito, porém Jairo encaminhou o caso para a Procuradoria-Geral do Município (PGM), que fará um "pente-fino" no processo.
"Embora eu tenha aberto o certame, todo o processo foi conduzido pela gestão anterior e, tendo em vista denúncias, não apenas as apontadas por entidade sindical, mas também por algumas que eu mesmo investiguei, em vez de homologar, vamos apurar melhor o processo e a empresa", avisa.
Conforme Jairo, não está descartado que seja necessária a abertura de um novo processo licitatório, caso existe suspeita de irregularidades. No entanto, a apuração da Procuradoria-Geral será encaminhada à consideração da juíza Adriana Morosini logo após a conclusão. Somente após o parecer da justiça haverá uma decisão concreta.
"O Brasil trabalha com a presunção da inocência e não da culpabilidade", frisa. "Então, antes de fazer qualquer acusação, vamos verificar o processo todo. Depois, a apuração será encaminhada à justiça como deve ser feito", aponta.
Procedimentos
O prefeito volta a afirmar que a licitação é necessária. Isso porque, segundo diz, "como está, não dá para ficar", já que existe baixa produção do Hospital Universitário, algo que ele vinha cobrando mesmo antes do segundo afastamento ocorrido no ano passado.
"Não dá para aceitar que um hospital com dois mil funcionários esteja executando 300 cirurgias por mês", frisa. "O Graças [Hospital Nossa Senhora] já chegou a mil cirurgias por mês. Porém, o Graça não custa 14 a 15 milhões por mês aos cofres do Município, como é o caso do Hospital Universitário, então assim como está, não dá para ficar. Eu entendo que está bom para algumas pessoas, mas a população está sentindo".
Posicionamento político
O prefeito também lamenta que o Sindicato Médico tenha se posicionado somente após seu retorno à gestão do Município, embora os problemas na saúde e mesmo a licitação do Universitário sejam anteriores. "Eu queria saber onde estava o Sindicato Médico nos últimos quatro meses? Por que não se manifestou antes?", argumenta. "Precisamos do Sindicato antes em outras questões, mas ele não se manifestou. Ficou quieto. Mas voltou agora".
O que diz o Simers?
Conforme o diretor da Região Metropolitana do Simers, Daniel Wolff, a saúde de Canoas vem sendo uma preocupação constante do Simers, independentemente de gestor ou partido político. E as trocas no comando da Prefeitura não interromperam a ação do Sindicato Médico na defesa dos médicos e da população, ao longo dos últimos anos. “Continuamos agindo, sempre. Para se ter uma ideia, no último período de Nedy Vargas à frente do Executivo, nos reunimos com ele e sua equipe e também recebemos o secretário de Saúde, no Simers. Além disso, foram mais de dez agendas demandas por médicos dos três hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento, nas quais buscamos posicionamento dos gestores frente aos problemas levantados pelos profissionais. Sem falar que foi na gestão do vice-prefeito que pedimos a desabilitação da gestão plena do município”, reforça Daniel. E o diretor do Simers acrescenta: “O papel do Sindicato Médico não é levar em conta nomes ou posicionamentos. Buscamos soluções para que os médicos sejam valorizados, para que o sistema seja resolutivo e para que ninguém seja penalizado por falta de gerenciamento, em nenhum município do estado”.
Silêncio
Por meio de nota, a Associação Saúde em Movimento (ASM) informou que, até a assinatura do contrato, não vai se manifestar sobre o assunto.