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Segurança

Prédio vira uma cracolândia e causa preocupação no Centro de Canoas

Local a metros da Secretaria de Segurança Pública está abrigando usuários de crack

Publicado em: 18/12/2023 às 12h:06 Última atualização: 18/12/2023 às 12h:07
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A população de Canoas observa, impotente, o surgimento de uma cracolândia em pleno Centro. Isso porque a movimentação de homens e mulheres, entrando e saindo, do antigo prédio da Metrovel, é cada vez maior.

Em ruínas, antigo prédio é problema no Centro de Canoas



Em ruínas, antigo prédio é problema no Centro de Canoas

Foto: PAULO PIRES/GES

O endereço em ruínas na Avenida Getúlio Vargas 4.562 serve hoje somente para abrigar dependentes químicos, mesmo que esteja a apenas 200 metros de distância da sede da Secretaria de Segurança Pública, na Rua Humaitá 1.130.

Segundo quem trabalha ou passa pelas imediações, há pessoas que se valem da estrutura para o consumo de drogas e entorpecentes, mas não só isso. Também se tornou comum ver roupas penduradas em varais improvisados.

Trabalhadora de um posto de combustíveis às margens da BR-116, Isabela Moreira conta dar início ao turno nas primeiras horas da manhã, quando vê em média dez ou 15 pessoas deixando o endereço. Alguns até meio cambaleantes.

“Eu só vejo eles entrando, mas os colegas que trabalham madrugada adentro dizem que à noite só dá para ver as luzes dos cachimbos acesos”, diz. “Acho que tem que mora ali e faz farra, com droga e muita bebida, porque sempre vejo alguém saindo com alguma garrafa na mão”, acrescenta.

Além da movimentação pela área do prédio, trabalhadores que circulam pelo local apontam que há brigas e constantes. Alguns inclusive dizem ter medo de passar por perto pelo risco de ser agredido ou até assaltado por algum usuário em crise.

Um atendente de uma lanchonete que fica na área, contou que passou a adicionar meio quilômetro no itinerário para o trabalho somente para não ter que atravessar a Avenida Getúlio Vargas por debaixo do viaduto da Metrovel.

“Se junta uma gurizada ali que dá medo”, observa o trabalhador de 33 anos, que preferiu não ter o nome revelado pela reportagem. “Eu já vi gente ali discutindo e também brigando de soco”.

Tratativas

Foi no final do ano passado que a Prefeitura de Canoas deu início aos ritos legais para a regularização da área. Os donos cercaram a área e deram início a limpeza, mas nunca aconteceu.

O DC tentou contato com os donos do prédio, mas não houve retorno até o fechamento desta matéria.

STF decidiu por vedar a remoção da população de rua

Embora as forças de segurança possam fazer abordagens aos usuários de drogas que vivem no prédio, nenhum policial tem autorização para remover alguém do local. Isso porque as pessoas no prédio se enquadram na classificação de população em situação de rua. Desde julho, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu que se faça remoção e transporte de pessoas para abrigos. A decisão veda o recolhimento forçado de espaços públicos e bancos de praças; pontes e viadutos; pontes, marquises e prédios abandonados.

Guarda Civil faz abordagens constantes

A reportagem esteve no local e, ao conversar com trabalhadores, ouviu que servidores da Guarda Municipal fazem constantes abordagens na área. Ações visando coibir o consumo de drogas e entorpecentes ocorrem pela manhã, à tarde ou à noite. Secretário de Segurança de Canoas, o delegado Guilherme Pacífico, concede entrevista nesta segunda-feira para esclarecer o plano de ação visando terminar com o problema.

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