Foi em uma quente tarde do dia 12 de janeiro de 2018 que o fogo consumiu parte da história de Canoas. A mobilização rápida do Corpo de Bombeiros não impediu que a Villa Nenê fosse destruída por um incêndio que transformou em cinzas e fuligem parte do prédio histórico.
Passados seis anos, quem passa pelo endereço na Avenida Santos Ferreira, no bairro Marechal Rondon, pode observar o patrimônio histórico decaído, servindo apenas para o acúmulo de lixo e mato, menos visível devido aos tapumes improvisados em torno do prédio.
A Prefeitura de Canoas anunciou uma nova licitação no início do ano para a restauração do prédio. Isso porque a licitação anterior acabou na contratação de uma empresa que resolveu não conduzir o trabalho devido à complexidade da obra.
Segundo a Secretaria de Cultura, a ordem para início da restauração data de outubro de 2022. Porém, acabou paralisada quando a empresa vencedora entendeu se tratar de uma execução mais trabalhosa que parecia, explica o secretário Herbert Poersch, o DJ Cabeção.
“Houve o processo licitatório, mas na hora da execução, a empresa observou que o trabalho era bem mais complexo do que se imaginava”, explica. “Eles decidiram então não fazer e coube a Prefeitura de Canoas encerrar o contrato e fazer uma nova licitação.”
O problema, conforme constataram os técnicos da empresa, é que o incêndio teria afetado sensivelmente a estrutura do prédio, de modo a ser necessário que a restauração partisse da fundação em direção ao teto, trabalho considerado de difícil execução.
A concorrência pública, esclarece Cabeção, acabou não encontrando ainda uma empresa interessada em conduzir o serviço, já que, após a nova avaliação, sabe-se que será bem mais demorado do que se imaginava inicialmente.
“É preciso entender que não é qualquer empresa que trabalha neste tipo de restauração”, frisa. “Estamos em contato com algumas empresas, mas é preciso a garantia de que a licitada tocará o trabalho até a conclusão da obra”.
O secretário lembra que o dinheiro para o trabalho já está no caixa da administração. Serão investidos mais de R$ 4 milhões na recuperação total do espaço cultural, com valores captados em parceria com o governo do Estado.
“A ideia é ter a Villa Nenê pronta e recebendo atividades culturais, mas para isso precisamos conduzir os trâmites do processo licitatório primeiro”, conclui.
Símbolo arquitetônico
A Villa Nenê foi considerada símbolo da urbanização e industrialização local no início do século XX e constitui um dos poucos exemplos da arquitetura eclética em Canoas, além de ser vestígio dos pioneiros da fabricação a vapor de móveis de madeira no Estado. O espaço cultural, após restaurado, funcionará como uma das sedes do Museu Municipal Hugo Simões Lagranha.
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