Lazer
Prainha do Paquetá volta a ser alternativa para quem quer se refrescar sem sair de Canoas
Movimento aumentou desde a semana passada, porém está longe do ideal, segundo os comerciantes que trabalham na área
Última atualização: 12/01/2025 14:38
As cheias que atingiram Canoas, em maio do ano passado, deixaram debaixo d’água até mesmo as casas mais altas na Prainha do Paquetá. Como consequência, muitos moradores deixaram a área para não mais regressar.
O ex-pescador Rogério de Lima saiu no ápice da cheia no Rio dos Sinos. Meses após a tragédia, retornou neste domingo (12) para assar carne, beber e rever amigos que há meses não tinha notícia.
“Prometi para mim mesmo que, a partir de agora, eu só venho no Paquetá a passeio”, diz. “Passei muito trabalho naquela época da enchente e não quero mais passar tanta dificuldade. Então, agora, só venho para me divertir”.
Lazer e diversão é justamente o que procuram as centenas de pessoas que se deslocam para o “balneário” não oficial de Canoas. O baixo custo é apontado como fator positivo por quem circula pelo local há anos.
A cabeleireira Daiane Silva, 36 anos, usufrui do espaço do Paquetá desde que era pequena como banhista. Mantém a tradição iniciada pelo pai dela, levando não apenas os filhos, mas, também, os sobrinhos.
“As crianças gostam de brincar na água, então deixo bem à vontade”, conta. “Fico cuidando, claro. Mas o importante é que estão gastando energia e não estão em casa mexendo no aparelho celular”.
Marido de Daiane, o operário Anderson Oliveira, 32 anos, salienta que o Paquetá é alternativa para quem não tem dinheiro para ir ao litoral norte. A proximidade, afirma ele, deixa tudo mais fácil.
“Saio de casa no Guajuviras e, minutos depois, estou na beira d’água no Paquetá assando uma carninha com a mulher e vendo as crianças brincarem. Para quem está sem grana para viajar, isso é muito positivo”.
Muita carne no fogo
Além da água, praças e “campinho” de futebol para as crianças, as churrasqueiras à beira do rio são um atrativo à parte para quem quer passar um dia agradável no Paquetá.
O mecânico Josimar Rodrigues, 57 anos, chegou a Canoas para visitar um amigo. Morador de Santana do Livramento, comentou que gostaria de assar um churrasco e coube ao “compadre” encontrar o ambiente ideal para o domingo.
“Eu não conhecia o Paquetá e gostei muito”, diz. “Já tinha vindo a Canoas antes, mas não imaginava que existia um lugar bom assim na beira do rio”, elogia. “Quero voltar outro dia, inclusive”.
Também um visitando o Paquetá pela primeira vez, o jovem Rodolfo Santana, 24 anos, saiu de Esteio com a mulher e o filho para passar um dia agradável, com o pequeno Raul, de apenas 1 ano, a tiracolo.
“Conheci a prainha do Morretes, em Nova Santa Rita, na semana passada, mas achei muito longe”, conta o fresador. “A prainha do Paquetá é bem mais perto e acessível. Gostei e quero voltar quando o Raul estiver maiorzinho”.
Comércio aquém do ideal
O verão costuma movimentar o comércio formado no Paquetá. Até agora, no entanto, os lucros contabilizados são tímidos. A previsão do tempo, segundo alguns, está impactando no movimento.
“O mês de janeiro costuma ser o mais movimentado, mas anda fazendo uns dias até meio frios e a água fica gelada”, reclama a comerciante Larissa Nunes. "A gente está esperando esquentar", acrescenta a trabalhadora de 42 anos.
Também há quem aponte as cheias de maio como culpadas pelo movimento menor.
"Vinha muita gente de longe", lembra o lamenta o comerciante Ademir Meireles. "Mas o movimento baixou desde a enchente", garante o vendedor de 56 anos.