ESTELIONATO
Polícia espera concluir inquérito sobre golpes da loja ligada a Nego Di até o fim do mês
Conforme a investigação, em uma única cidade gaúcha, mais de 100 compradores não receberam produtos da Tá di Zuera
Última atualização: 06/03/2024 11:25
Em meados de 2022, a Polícia Civil passou a contabilizar ocorrências envolvendo uma loja on-line chamada Tá di Zuera. Na época, o humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, conhecido por sua participação no programa Big Brother Brasil, aparecia promovendo a plataforma.
Passados mais de seis meses desde o início da investigação por suspeita de estelionato, o delegado Marco Guns, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, afirma que já há base suficiente para a conclusão do inquérito, apontando que espera fechar o caso até o fim deste mês, quando será revelado se o humorista tem envolvimento nos crimes.
Nego Di chegou a afirmar ser proprietário da Tá di Zuera, mas, após as denúncias, passou a negar a informação e alegar ter sido contratado somente para fazer propaganda.
"Há uma centena de vítimas somente em Canoas. A grande maioria são pessoas que compraram produtos, mas não receberam", explica o delegado. "Já ouvimos 52 pessoas, mas queremos ouvir outras antes de concluir a investigação. Espero conseguir remeter o inquérito à Justiça até o final de maio."
Conforme a Polícia, são quase 400 ocorrências no Estado envolvendo a marca, quase todas relacionadas a compras feitas entre os meses de março e abril, com pagamentos por meio de emissão de boletos ou depósito via Pix.
'Fui enganado pelas propagandas'
O operador de máquinas Amauri Longaray, 39 anos, conta ter comprado uma televisão, que nunca foi recebida.
"Fui enganado pelas propagandas do Nego Di", diz. "Ele estava na moda, aparecendo na TV toda a hora. Achei que a loja era séria, mas só percebi que não depois, quando a TV não chegou e pedi o ressarcimento do valor pago. Fiquei me sentindo um palhaço", desabafa.
Defesa diz que Nego Di é vítima
Diante da má publicidade, Nego Di disse em vídeos publicados nas redes sociais que não recebeu nada com as vendas, mas que, mesmo assim, se mobilizaria para pagar os clientes lesados após comprarem em razão dos anúncios. Ele inclusive chegou a afirmar que havia vendido um carro para saldar dívidas.
O advogado Hernani Fortini, um dos responsáveis pela defesa do ex-BBB, informa que a defesa só irá se posicionar oficialmente após a conclusão do inquérito. Fortini, contudo, ressalta que o cliente aguarda com ansiedade o fim da investigação para que tudo seja esclarecido.
"Meu cliente também se tornou uma vítima de um esquema de estelionato neste processo".
Muitos crimes
Ainda segundo o delegado Marco Guns, os crimes envolvendo a loja on-line estão inseridos em um contexto macro de crimes contabilizados pela Polícia Civil. Canoas se mantém como a terceira cidade do Estado no ranking dos estelionatos.
Foram 906 crimes somente entre os meses de janeiro e março. Embora alto, o índice representa uma queda de 20% no número de crimes, se comparado com os casos anotados no primeiro trimestre de 2022, quando houve 1.126 crimes.
"Priorizamos este caso envolvendo o Nego Di porque é aquele que soma o maior número de vítimas em Canoas", avisa o delegado. "Porém, há muitos ainda que precisam ser esclarecidos devidamente".
Em meados de 2022, a Polícia Civil passou a contabilizar ocorrências envolvendo uma loja on-line chamada Tá di Zuera. Na época, o humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, conhecido por sua participação no programa Big Brother Brasil, aparecia promovendo a plataforma.
Passados mais de seis meses desde o início da investigação por suspeita de estelionato, o delegado Marco Guns, titular da 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas, afirma que já há base suficiente para a conclusão do inquérito, apontando que espera fechar o caso até o fim deste mês, quando será revelado se o humorista tem envolvimento nos crimes.
Nego Di chegou a afirmar ser proprietário da Tá di Zuera, mas, após as denúncias, passou a negar a informação e alegar ter sido contratado somente para fazer propaganda.
"Há uma centena de vítimas somente em Canoas. A grande maioria são pessoas que compraram produtos, mas não receberam", explica o delegado. "Já ouvimos 52 pessoas, mas queremos ouvir outras antes de concluir a investigação. Espero conseguir remeter o inquérito à Justiça até o final de maio."
Conforme a Polícia, são quase 400 ocorrências no Estado envolvendo a marca, quase todas relacionadas a compras feitas entre os meses de março e abril, com pagamentos por meio de emissão de boletos ou depósito via Pix.
'Fui enganado pelas propagandas'
O operador de máquinas Amauri Longaray, 39 anos, conta ter comprado uma televisão, que nunca foi recebida.
"Fui enganado pelas propagandas do Nego Di", diz. "Ele estava na moda, aparecendo na TV toda a hora. Achei que a loja era séria, mas só percebi que não depois, quando a TV não chegou e pedi o ressarcimento do valor pago. Fiquei me sentindo um palhaço", desabafa.
Defesa diz que Nego Di é vítima
Diante da má publicidade, Nego Di disse em vídeos publicados nas redes sociais que não recebeu nada com as vendas, mas que, mesmo assim, se mobilizaria para pagar os clientes lesados após comprarem em razão dos anúncios. Ele inclusive chegou a afirmar que havia vendido um carro para saldar dívidas.
O advogado Hernani Fortini, um dos responsáveis pela defesa do ex-BBB, informa que a defesa só irá se posicionar oficialmente após a conclusão do inquérito. Fortini, contudo, ressalta que o cliente aguarda com ansiedade o fim da investigação para que tudo seja esclarecido.
"Meu cliente também se tornou uma vítima de um esquema de estelionato neste processo".
Muitos crimes
Ainda segundo o delegado Marco Guns, os crimes envolvendo a loja on-line estão inseridos em um contexto macro de crimes contabilizados pela Polícia Civil. Canoas se mantém como a terceira cidade do Estado no ranking dos estelionatos.
Foram 906 crimes somente entre os meses de janeiro e março. Embora alto, o índice representa uma queda de 20% no número de crimes, se comparado com os casos anotados no primeiro trimestre de 2022, quando houve 1.126 crimes.
"Priorizamos este caso envolvendo o Nego Di porque é aquele que soma o maior número de vítimas em Canoas", avisa o delegado. "Porém, há muitos ainda que precisam ser esclarecidos devidamente".