Segurança
Polícia Civil e Brigada Militar miram os roubos a pedestres nos bairro Rio Branco e Fátima
Operações policiais organizadas à noite e reforça da vigilância em paradas e ônibus e estações fazem para da estratégia para coibir crimes
Última atualização: 26/03/2024 21:26
Carla Nogueira estava entrando no portão de casa, quando um homem alto e usando um capuz gritou: "Me dá essa bolsa agora ou eu atiro!" A vendedora paralisou diante do homem e não teve tempo nem de estender o braço, já que a bolsa acabou arrancada de sua mão. "Fica quieta, senão eu volto e atiro", disse o sujeito antes de sair correndo.
"Fiquei sem reação", relata a moradora do bairro Fátima. "Só acordei mesmo quando ele deu puxão na minha bolsa e saiu correndo. Nem cheguei a ver se tinha revólver ou sei lá o quê. Estava com a mão no casaco e deu para ver que era algo pontudo apontado para mim".
Diante da diminuição do quadro de violência que se alastrou por Canoas no início do ano, Polícia Civil (PC) e Brigada Militar (BM) direcionaram esforços para crimes que, embora não hediondos, causam enorme impacto na população - os roubos a pedestres. São em média 30 crimes por semana em Canoas, segundo a polícia.
Durante a última semana, agentes da 4ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas e Policiais Militares (PMs) ligados a 4ª Companhia do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) promoveram uma ação nos bairros Rio Branco e Fátima, onde a incidência dos crimes tem aumentado.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, que coordena o trabalho na 4ª DP, a ideia é reforçar a vigilância justamente em pontos mapeados como preferidos por assaltantes de plantão. Ela aponta que os casos têm sido anotados em ruas pouco e movimentadas.
"Geralmente, os criminosos se aproveitam de uma distração da vítima, que está chegando em casa, para anunciar o roubo", explica. "Em geral miram o aparelho celular, que continua valendo como moeda de troca, bolsas e carteiras".
Conforme a delegada, a média dos últimos 12 meses aponta para 18 crimes a cada 30 dias na área da 4ª DP. Existe o entendimento, contudo, que o número de casos deve ser maior, já que há pessoas que preferem não procurar a polícia, o que acaba dificultando bastante o trabalho de investigação e prevenção contra os crimes.
"Baseado no registro das ocorrências, é possível fazer o mapeamento de áreas onde acontecem os crimes e então conseguimos trabalhar incisivamente na prevenção e repressão aos roubos".
Foi graças a este trabalho de mapeamento, esclarece a delegada, que foi possível prender um foragido do sistema penitenciário que estava circulando nas imediações do Estação Fátima na noite da última quinta-feira (11).
"Prendemos um criminoso justamente por estar monitorando áreas onde acontecem os crimes", reforça. "Se a pessoa não informa o que aconteceu, a polícia não fica sabendo e não consegue impedir que outra vítima seja atacada".
Medo na estação
Entre os pontos onde a vigilância foi reforçada pela Brigada Militar (BM) na últimas semanas estão as estações Rio Branco e Niterói da Trensurb, onde criminosos se mantém à espreita para atacar.
À reportagem, uma vítima denunciou que o assaltante que roubou seu celular estava, no dia seguinte ao crime, parado no mesmo ponto em que a atacou com uma faca próximo a Estação Fátima.
Desde então, a trabalhadora de 24 anos está se valendo de Ubers para levá-las da estação até o condomínio onde mora a poucos metros da estação.
"Eu estava voltando para casa quando apareceu um cara de bicicleta com uma faca. Ele disse 'moça, me passa o celular é um assalto. Só me dá o celular e não olha pra mim'. Eu joguei o celular e saí correndo", lembra a mulher, que por receio, preferiu não se identificada. "No dia seguinte, o cara estava parado no mesmo lugar com um pedaço de ferro nas mãos. Comecei a pegar Uber para voltar pra casa".
Foram 344 crimes no primeiro trimestre
De janeiro a março, houve um aumento de 1,47% em relação ao mesmo período de 2022. No período, foram registrados 344 casos contra 339 anotados no ano passado, conforme o Observatório de Segurança do Município.
Segundo o tenente-coronel André Luiz Stein, a Brigada tem trabalhado diariamente em estratégias mirando conter os crimes.
"Temos uma estabilidade no indicador de roubo a pedestres em Canoas, com leve tendência de redução", frisa. "O mês de abril, no comparativo com o mês de março, já anotou uma redução de 17%, o que indica que uma tendência de redução nos próximos meses".
Conforme o comandante da BM em Canoas, as ações tem sido direcionadas para áreas de acesso aos meios de transporte público, como trens e ônibus.
"O trabalho é focado na abordagem de indivíduos considerados suspeitos dessa prática, além da captura de indivíduos procurados e foragidos do sistema prisional".
Carla Nogueira estava entrando no portão de casa, quando um homem alto e usando um capuz gritou: "Me dá essa bolsa agora ou eu atiro!" A vendedora paralisou diante do homem e não teve tempo nem de estender o braço, já que a bolsa acabou arrancada de sua mão. "Fica quieta, senão eu volto e atiro", disse o sujeito antes de sair correndo.
"Fiquei sem reação", relata a moradora do bairro Fátima. "Só acordei mesmo quando ele deu puxão na minha bolsa e saiu correndo. Nem cheguei a ver se tinha revólver ou sei lá o quê. Estava com a mão no casaco e deu para ver que era algo pontudo apontado para mim".
Diante da diminuição do quadro de violência que se alastrou por Canoas no início do ano, Polícia Civil (PC) e Brigada Militar (BM) direcionaram esforços para crimes que, embora não hediondos, causam enorme impacto na população - os roubos a pedestres. São em média 30 crimes por semana em Canoas, segundo a polícia.
Durante a última semana, agentes da 4ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas e Policiais Militares (PMs) ligados a 4ª Companhia do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM) promoveram uma ação nos bairros Rio Branco e Fátima, onde a incidência dos crimes tem aumentado.
Segundo a delegada Tatiana Bastos, que coordena o trabalho na 4ª DP, a ideia é reforçar a vigilância justamente em pontos mapeados como preferidos por assaltantes de plantão. Ela aponta que os casos têm sido anotados em ruas pouco e movimentadas.
"Geralmente, os criminosos se aproveitam de uma distração da vítima, que está chegando em casa, para anunciar o roubo", explica. "Em geral miram o aparelho celular, que continua valendo como moeda de troca, bolsas e carteiras".
Conforme a delegada, a média dos últimos 12 meses aponta para 18 crimes a cada 30 dias na área da 4ª DP. Existe o entendimento, contudo, que o número de casos deve ser maior, já que há pessoas que preferem não procurar a polícia, o que acaba dificultando bastante o trabalho de investigação e prevenção contra os crimes.
"Baseado no registro das ocorrências, é possível fazer o mapeamento de áreas onde acontecem os crimes e então conseguimos trabalhar incisivamente na prevenção e repressão aos roubos".
Foi graças a este trabalho de mapeamento, esclarece a delegada, que foi possível prender um foragido do sistema penitenciário que estava circulando nas imediações do Estação Fátima na noite da última quinta-feira (11).
"Prendemos um criminoso justamente por estar monitorando áreas onde acontecem os crimes", reforça. "Se a pessoa não informa o que aconteceu, a polícia não fica sabendo e não consegue impedir que outra vítima seja atacada".
Medo na estação
Entre os pontos onde a vigilância foi reforçada pela Brigada Militar (BM) na últimas semanas estão as estações Rio Branco e Niterói da Trensurb, onde criminosos se mantém à espreita para atacar.
À reportagem, uma vítima denunciou que o assaltante que roubou seu celular estava, no dia seguinte ao crime, parado no mesmo ponto em que a atacou com uma faca próximo a Estação Fátima.
Desde então, a trabalhadora de 24 anos está se valendo de Ubers para levá-las da estação até o condomínio onde mora a poucos metros da estação.
"Eu estava voltando para casa quando apareceu um cara de bicicleta com uma faca. Ele disse 'moça, me passa o celular é um assalto. Só me dá o celular e não olha pra mim'. Eu joguei o celular e saí correndo", lembra a mulher, que por receio, preferiu não se identificada. "No dia seguinte, o cara estava parado no mesmo lugar com um pedaço de ferro nas mãos. Comecei a pegar Uber para voltar pra casa".
Foram 344 crimes no primeiro trimestre
De janeiro a março, houve um aumento de 1,47% em relação ao mesmo período de 2022. No período, foram registrados 344 casos contra 339 anotados no ano passado, conforme o Observatório de Segurança do Município.
Segundo o tenente-coronel André Luiz Stein, a Brigada tem trabalhado diariamente em estratégias mirando conter os crimes.
"Temos uma estabilidade no indicador de roubo a pedestres em Canoas, com leve tendência de redução", frisa. "O mês de abril, no comparativo com o mês de março, já anotou uma redução de 17%, o que indica que uma tendência de redução nos próximos meses".
Conforme o comandante da BM em Canoas, as ações tem sido direcionadas para áreas de acesso aos meios de transporte público, como trens e ônibus.
"O trabalho é focado na abordagem de indivíduos considerados suspeitos dessa prática, além da captura de indivíduos procurados e foragidos do sistema prisional".
"Fiquei sem reação", relata a moradora do bairro Fátima. "Só acordei mesmo quando ele deu puxão na minha bolsa e saiu correndo. Nem cheguei a ver se tinha revólver ou sei lá o quê. Estava com a mão no casaco e deu para ver que era algo pontudo apontado para mim".