Fazer a feira da semana está mais cara e o reajuste nos preços do hortifrúti pode chegar até a 200%. Com plantações inteiras devastadas pelas enchentes que desolaram o Rio Grande do Sul, a agricultura gaúcha vive momentos difíceis refletidos nas gôndolas e no bolso dos consumidores. Entre os produtos mais afetados estão verduras e legumes.
O professor de economia da Universidade La Salle, Moisés Waismann, analisa e pontua os principais fatores para a alta dos alimentos. Entre os itens que mais registraram alteração de preço estão: a batata inglesa, o tomate, a cebola, a alface e o brócolis.
“Em quase todo o Estado, o cultivo de diversas culturas foi drasticamente afetado. Diante disso, os comerciantes necessitam comprar de produtores de outros estados e até de fora do País. O valor do frete, a redução da oferta e o fim de safra de alguns itens, como a batata, estão impactando diretamente no preço”, destaca o economista.
Waismann alerta para a situação da terra nas lavouras gaúchas. “A terra foi arrasada, ou seja, está lavada. Ela precisa ser preparada novamente para ter condições de produção. É uma situação que leva tempo. Por exemplo, saladas e temperos, o tempo de plantio e de colheita é mais rápido, diferentemente dos legumes.”
Em Canoas, o quilo do tomate, que antes das enchentes podia ser encontrado por R$ 6, agora está custando até R$ 15, um aumento de 150%. A cebola registrou variação de até 85%, passando de R$ 7 para R$ 13. A batata teve alta de 71,4% (R$ 7 para R$ 12). Já alface e brócolis também registraram alta, com preços que ultrapassam os R$ 6. A alface é o item com maior aumento, 200%, foi de R$ 2 para R$ 6. Já o brócolis subiu de R$ 5 para R$ 10.
Hortaliças e vegetais, como alface e brócolis, também registraram alta, com preços que ultrapassam os R$ 6. A alface é o item com maior aumento, 200%, de R$ 2 para R$ 6. Já o brócolis registrou aumento de 100%, de R$ 5 para R$ 10. Todos os itens são valores aproximados e podem variar conforme o local de venda.
Para o proprietário de uma fruteira no Centro, Augusto Marchese, os preços elevados devem permanecer nos próximos meses.
“É preciso uma janela de plantio e colheita nas lavouras. A redução de valores será gradativa. Embora seja difícil voltar aos preços anteriores à enchente. As perdas, os prejuízos, os novos custos de plantio e manutenção, o transporte, tudo isso será considerado”, reflete o comerciante.
Marchese relembra a dificuldade da primeira semana das enchentes. A escassez de hortaliças, legumes e verduras refletiu no atendimento aos clientes.
“Não havia alface, repolho, as saladas estavam difíceis de encontrar. Os produtores locais e da região perderam a maioria das plantações. O impacto foi imediato. O consumidor não podia comprar nem se quisesse pagar R$ 20 o quilo das hortaliças.”
Redução de consumo e busca por promoções
Para driblar a alta dos preços, Laudelina Gomes, 79, tem feito substituições de itens nas refeições.
“Por alguns dias, troquei a alface pela couve, em outros, comprei só a alface e deixei o tomate. Conforme o dia, a variação dos preços aumenta. Tenho tentado manter uma alimentação saudável, embora não seja fácil”, frisa a aposentada.
O aposentado Nilson Alves Ribeiro, 71, revela táticas que utiliza para encontrar bons preços.
“Não tenho fidelidade a nenhum mercado ou fruteira. Vou ao estabelecimento que estiver mais barato. Procuro pesquisar os preços e ir em lugares diferentes. No final, dá uma diferença considerável. Aproveitar as ofertas também é uma boa opção”, enfatiza.
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