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CATÁSTROFE NO RS

Plantações devastadas geram reajuste de até 200% em itens do hortifrúti

Preços da alface, cebola, batata e tomate assustam

Taís Forgearini
Publicado em: 11/06/2024 às 20h:09 Última atualização: 11/06/2024 às 20h:45
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Fazer a feira da semana está mais cara e o reajuste nos preços do hortifrúti pode chegar até a 200%. Com plantações inteiras devastadas pelas enchentes que desolaram o Rio Grande do Sul, a agricultura gaúcha vive momentos difíceis refletidos nas gôndolas e no bolso dos consumidores. Entre os produtos mais afetados estão verduras e legumes.

Nilson Alves Ribeiro busca por promoções na hora das compras



Nilson Alves Ribeiro busca por promoções na hora das compras

Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

O professor de economia da Universidade La Salle, Moisés Waismann, analisa e pontua os principais fatores para a alta dos alimentos. Entre os itens que mais registraram alteração de preço estão: a batata inglesa, o tomate, a cebola, a alface e o brócolis.

“Em quase todo o Estado, o cultivo de diversas culturas foi drasticamente afetado. Diante disso, os comerciantes necessitam comprar de produtores de outros estados e até de fora do País. O valor do frete, a redução da oferta e o fim de safra de alguns itens, como a batata, estão impactando diretamente no preço”, destaca o economista.

Waismann alerta para a situação da terra nas lavouras gaúchas. “A terra foi arrasada, ou seja, está lavada. Ela precisa ser preparada novamente para ter condições de produção. É uma situação que leva tempo. Por exemplo, saladas e temperos, o tempo de plantio e de colheita é mais rápido, diferentemente dos legumes.”

Em Canoas, o quilo do tomate, que antes das enchentes podia ser encontrado por R$ 6, agora está custando até R$ 15, um aumento de 150%. A cebola registrou variação de até 85%, passando de R$ 7 para R$ 13. A batata teve alta de 71,4% (R$ 7 para R$ 12). Já alface e brócolis também registraram alta, com preços que ultrapassam os R$ 6. A alface é o item com maior aumento, 200%, foi de R$ 2 para R$ 6. Já o brócolis subiu de R$ 5 para R$ 10.

Hortaliças e vegetais, como alface e brócolis, também registraram alta, com preços que ultrapassam os R$ 6. A alface é o item com maior aumento, 200%, de R$ 2 para R$ 6. Já o brócolis registrou aumento de 100%, de R$ 5 para R$ 10. Todos os itens são valores aproximados e podem variar conforme o local de venda.

Para o proprietário de uma fruteira no Centro, Augusto Marchese, os preços elevados devem permanecer nos próximos meses.

“É preciso uma janela de plantio e colheita nas lavouras. A redução de valores será gradativa. Embora seja difícil voltar aos preços anteriores à enchente. As perdas, os prejuízos, os novos custos de plantio e manutenção, o transporte, tudo isso será considerado”, reflete o comerciante.

Marchese relembra a dificuldade da primeira semana das enchentes. A escassez de hortaliças, legumes e verduras refletiu no atendimento aos clientes.

“Não havia alface, repolho, as saladas estavam difíceis de encontrar. Os produtores locais e da região perderam a maioria das plantações. O impacto foi imediato. O consumidor não podia comprar nem se quisesse pagar R$ 20 o quilo das hortaliças.”

Redução de consumo e busca por promoções

Para driblar a alta dos preços, Laudelina Gomes, 79, tem feito substituições de itens nas refeições.

Laudelina Gomes cria estratégias para fugir da alta dos alimentos



Laudelina Gomes cria estratégias para fugir da alta dos alimentos

Foto: Taís Forgearini/GES-Especial

“Por alguns dias, troquei a alface pela couve, em outros, comprei só a alface e deixei o tomate. Conforme o dia, a variação dos preços aumenta. Tenho tentado manter uma alimentação saudável, embora não seja fácil”, frisa a aposentada.

O aposentado Nilson Alves Ribeiro, 71, revela táticas que utiliza para encontrar bons preços.

“Não tenho fidelidade a nenhum mercado ou fruteira. Vou ao estabelecimento que estiver mais barato. Procuro pesquisar os preços e ir em lugares diferentes. No final, dá uma diferença considerável. Aproveitar as ofertas também é uma boa opção”, enfatiza.

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