Em partida oficial válida pelas quartas de final da Série Prata do Gauchão de Futebol de Salão, AVF e Vamos Dale tiveram jogo, na noite do último sábado (12), em Manoel Viana, na Fronteira Oeste, com vitória para o time da casa por 2 a 1.
O placar é o que existe de oficial no site da Federação Gaúcha de Futebol de Salão. O que ainda não está divulgado é o suposto episódio de racismo que aconteceu em meio à partida no interior do Estado. A confusão resultou no fim do jogo e na eliminação da equipe de Canoas.
Foi no final do primeiro tempo que a confusão começou. Para quem observa as imagens do jogo, transmitido por canal no YouTube, pode-se notar apenas que não houve agressão, mas, sim, um atleta de Manoel Viana diz algo para o jogador do VMDL, que parte para cima e cobra satisfações.
Segundo o presidente do clube, Rodrigo Paines, após o episódio, não havia mais cenário para que a partida continuasse normalmente. Isso porque, sem segurança, pessoas que estavam na arquibancada invadiram a quadra. Algumas até mesmo com armas na cintura.
“Não tinha condições de continuar, porque pessoas armadas invadiram a quadra. Eles mostraram armas. Parece que acabamos eliminados por se recusar a voltar, mas perdemos para o racismo.”
Conforme o presidente, o atleta que cometeu o ato de racismo acabou rindo da cara dos jogadores do VMDL, como se fosse uma conduta normal. Ele lembra, no entanto, que o racismo é crime inafiançável no Brasil e assunto será levado adiante, porque esse tipo de comportamento não é considerado normal.
“Em Manoel Viana não existe uma delegacia, mas registramos a ocorrência on-line e vamos acompanhar o desenrolar do que aconteceu”, avisa o presidente. “É lamentável que esse tipo de conduta perdure entre atletas que disputam uma competição.”
Lei Vini Jr.
A Lei Vini Jr. (Lei 22.084/2024) foi sancionada em julho no Rio Grande do Sul em combate ao racismo nos esportes. A lei determina que a partida seja interrompida até que a conduta suspeita seja cessada e, caso volte a ocorrer, que os atletas se retirem da quadra por dez minutos.
Se, mesmo após essas duas medidas, a situação seguir, a partida deverá ser encerrada. Caso a ocorrência seja registrada antes do início da partida, o árbitro poderá cancelar o jogo a depender da gravidade do caso. Os organizadores e administradores dos estádios deverão divulgar o protocolo de que trata a lei por meio de recursos visuais de amplo alcance.
“A Lei Vini Jr. foi desrespeitada e vamos cobrar”, defende o presidente do VMDL. “É única forma de coibir este tipo de atitude”, conclui Paines.
Federação
A reportagem entrou em contato com presidente da Federação Gaúcha de Futebol de Salão, Ivan Rodrigues dos Santos, que informou que aguarda a documentação completa da partida. Nem a súmula do jogo estava no site da Federação na manhã desta segunda-feira (14).
“Vamos aguardar reunir toda a documentação e encaminhar o assunto ao procurador”, informa.
Polícia Civil
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil. A delegada Daniela Barbosa de Borba, que responde pela DP Regional da Fronteira Oeste informou que não recebeu a ocorrência e só pode se manifestar sobre o caso ao recebê-la.
“Assim que chegar, vamos apurar os fatos”, avisou.
AVF Futsal
A reportagem também entrou em contato com a AVF, mas não houve retorno da agremiação.
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