Há um mês, como ponto de transbordo de entulhos e resíduos da enchente, o estacionamento do Parque Eduardo Gomes (Parcão), em Canoas, acumula toneladas de lixo e preocupa a comunidade e ambientalistas. Moradores e empresários da região denunciam o crescimento diário de montanhas de destroços, que possuem como destino o aterro de Gravataí. Contudo, a demora no transporte tem causado apreensão e até fez com que a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) questionasse à Prefeitura sobre as unidades de transbordo.
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O local temporário de descarte no Parcão concentra mais de um quilômetro e pilhas de escombros de até 6 metros de altura. Empresário de um espaço gastronômico da Rua 24 de Outubro, Filipe Lopes, 40 anos, fala sobre a área coberta de lixo que pode ser vista da entrada do seu negócio.
“Estamos a poucos metros do transbordo. Para amenizar a situação, a Prefeitura fechou a rua para reforçar a segurança, porém, o cenário se agrava a cada dia. Só vejo caminhões chegando”, afirma.
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Lopes enfatiza o receio com possíveis impactos ambientais e socioeconômicos. “O risco é iminente. Esses resíduos precisam de um destino correto. Tenho medo do futuro. A situação está terrível. Quanto mais acumula, mas fica difícil e mais tempo levará para remover.”
Nesta terça-feira (2), a reportagem do Grupo Sinos esteve no transbordo e durante mais de 1 hora não viu nenhum caminhão saindo do aterro. Durante o período, uma retroescavadeira operava e cinco caminhões com entulhos descarregaram no ponto provisório.
Denúncia e o que diz a administração municipal
Em nota, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, salienta que a retirada e transporte dos resíduos para o aterro de Gravataí ocorrem no período noturno e que, no momento, a prioridade é a retirada dos resíduos das ruas. “Os transbordos terão sua limpeza intensificada após a conclusão da limpeza das vias”, diz. No entanto, a comunidade do entorno relata que, em ambos os turnos, não há movimentação de caminhões saindo do local.
Questionada sobre quantos caminhões o transbordo recebe diariamente e quantos caminhões são destinados para o aterro de Gravataí, a pasta se limitou a responder: “Os números variam conforme a quantidade de equipamentos e equipes que atuam em cada bairro no dia. A prioridade é realizar a limpeza das ruas”, diz a nota.
Recentemente, a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) recebeu uma denúncia sobre os locais de depósito temporário (transbordo) de entulhos e resíduos da enchente em Canoas. Conforme a Prefeitura, não houve denúncia e, sim, solicitações de informação que serão respondidas para a Fepam.
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