Para evitar novas enchentes, a prefeitura de Canoas pretende realizar uma série de obras nos diques que defendem o município das águas dos rios Gravataí e Sinos. O valor total de investimento, incluindo novas estruturas, deve chegar a R$ 1,5 bilhão. Essa valor será usado para restaurar os danos causados pela enchente de maio e para elevar a cota dos diques para, no mínimo, sete metros.
O secretário de Obras, Guido Bamberg, prevê que a construção comece até o final de agosto. “Estamos numa corrida contra o tempo, mas há questões técnicas necessárias para dar seguimento às obras”, afirmou.
A obra mais cara será a construção do dique no bairro São Luís, que deve custar mais de R$ 800 milhões. “Será a longo prazo. Estudos preliminares estão sendo desenvolvidos”, explica.
Atualmente, Canoas conta com 27 quilômetros de diques, que foram planejados com base nos níveis da enchente histórica de 1941. Em maio, a água extravasou os diques dos bairros Rio Branco e do Mathias Velho. No dique Rio Branco, que também impacta o bairro Fátima, um trecho de 50 metros se rompeu. O fechamento provisório deve ser substituído por argila compactada, e as obras serão de R$ 100 milhões.
“Queremos antecipar os prazos fazendo contratos emergenciais, porque as licitações levariam 90 dias. Estamos terminando os termos de referência para a obra”, diz Bamberg. No Rio Branco, inicialmente, as obras iniciais serão apenas de recuperação da estrutura. A elevação da altura para ficar acima da altura da BR-448 será feita posteriormente.
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Já na estrutura do bairro Mathias Velho, que também sofreu ruptura em maio, as obras de reparos e de alteamento serão feitas simultaneamente, por isso, o prazo para início dos trabalhos é mais longo. Neste local, será preciso um investimento de R$ 100 milhões. Além das obras serão construídos novos diques na divisa com Porto Alegre (próximo a Cassol), no Mato Grande e no São Luís, que deve ganhar 15 quilômetros de dique.
Novos caminhos facilitarão acessos
O dique que existe no bairro Niterói já passava por reforma antes da enchente e, inclusive, teve a altura elevada. “Foi isso que garantiu segurança no bairro. Se não tivéssemos elevado o dique da Niterói, teria inundado a Base Aérea, que hoje é nosso único aeroporto aqui”, diz o secretário de Obras. Mais 3 quilômetros de via serão construídos, até a divisa com Cachoeirinha.
“A ideia é pavimentar em cima dos diques para facilitar o acesso para as obras e as casas de bombas”, explica. “No Mathias e Rio Branco será uma estrada de serviço, diferente da Niterói, onde funciona como uma via porque tem empresas operando”.
O plano de restauro inclui a modernização das casas de bombas. A parte eletrônica deve ser colocada em mezaninos. Nos novos diques, nos bairros São Luís e Mato Grande, sete novas casas de bombas serão construídas.
“Vão ter geradores com reserva de combustível para durar até 24 horas sem luz”, afirma Bamberg. A atualização das casas de bombas deve custar cerca de R$ 130 milhões. Esse dinheiro foi solicitado ao governo do Estado. O restante do valor será solicitado ao Governo Federal.
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