Nas últimas semanas, moradores da cidade vêm relatando que está mais demorado conseguir viagens pelos aplicativos de transporte mais conhecidos do País. Alguns contam que chamadas simples, antes aceitas em poucos minutos, agora chegam a levar 40 minutos para serem aceitas.
Outra queixa comum é que muitos motoristas aceitam a viagem no aplicativo e, instantes depois, acabam cancelando. Com isso, o tempo de espera volta à estaca zero. E o problema vem ocorrendo em todas as regiões da cidade, tendo em vista o grande fluxo de passageiros no município.
Moradora do bairro Mato Grande, a advogada Carla Souza, 28 anos, que usa o aplicativo para se deslocar ao trabalho, já teve que esperar mais de meia hora por um carro. “Durante a semana, quando preciso
me deslocar para alguma audiência, já cheguei a esperar até 15 minutos. Teve casos, durante o final de semana, que a espera foi de 30 a 40 minutos”, afirma, dizendo que até pouco tempo atrás isso não acontecia.
A moradora do bairro Mathias Velho Ana Carolina Vasconcelos, 39 anos, também vem sentindo os reflexos da dificuldade em conseguir uma viagem por app. “Eu uso aplicativo todos os dias para levar meus filhos na escola e já aconteceu de me atrasar para buscá-los, pois não estava conseguindo uma corrida. Tenho notado que muitos cancelam a viagem e o tempo de espera dobrou”, relata a passageira.
Diversidade de plataformas
A multiplicidade de plataformas tem sido um dos fatores alegados por parte dos motoristas. Aplicativos como Uber, 99 e InDriver são os mais usados pelos passageiros em Canoas e região, porém, outras plataformas consideradas cooperativas também estão disponíveis aos motoristas e usuários.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Motoristas de Transporte Individual por Aplicativo do Rio Grande do Sul (Simtrapli-RS), Carina Trindade, hoje existe um número excessivo de plataformas e os motoristas acabam aderindo às mais lucrativas. “Os motoristas têm trabalhado com mais de uma plataforma e buscando por aquelas que estejam pagando mais. Muitos acabam deixando tocar as corridas, pois escolhem aquelas mais compensatórias. Infelizmente, algumas corridas estão pagando R$ 1,00 pelo quilômetro rodado, o que não vale a pena para o motorista”, explica Carina.
Quem paga mais, leva
Em conversa com alguns motoristas que circulavam pela cidade, a reportagem do DC ouviu que, no
geral, eles trabalham com mais de uma plataforma e vão migrando de uma para outra ao longo do dia conforme quanto cada uma está pagando pelas corridas. Desta forma, quando o usuário é acostumado a usar somente uma das plataformas para transporte de passageiros, ou buscar por corridas com valores mais acessíveis, a tendência é que ele demore mais tempo para conseguir um motorista disponível.
Projeto tramita no Congresso
Desde que as plataformas chegaram no Brasil, muitas discussões ocorreram sobre a regulamentação dos aplicativos e o trabalho realizado pelos motoristas. Alguns projetos de lei chegaram a ser protocolados. No
momento há um projeto de lei de autoria do governo federal em tramitação no Congresso, que trata sobre a regulamentação do trabalho de motoristas de aplicativos. O assunto vem gerando polêmica entre motoristas.
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