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CATÁSTROFE NO RS

Nova Santa Rita cria Centro Humanitário para desabrigados da enchente

Local conta com quartos, de uso individual para as famílias, e áreas de convivência coletiva, como banheiros, cozinha, lavanderia e espaço para animais de estimação

Taís Forgearini
Publicado em: 08/06/2024 às 14h:52 Última atualização: 08/06/2024 às 19h:10
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A Prefeitura de Nova Santa Rita criou um Centro Humanitário para acolher os desabrigados e desalojados da enchente no município. O pavilhão, localizado na Rua Porto da Farinha, 240, no bairro Caju, possui 30 quartos, de uso individual para as famílias, e áreas de convivência coletiva, como banheiros, cozinha, lavanderia e espaço para animais de estimação.

30 quartos foram montados no pavilhão



30 quartos foram montados no pavilhão

Foto: Paulo Pires/GES

O local já recebeu 19 famílias (53 pessoas) atingidas pelas cheias de maio. A estrutura montada com divisórias modulares formam 30 quartos, sendo 14 espaços com 13 metros quadrados para abrigar até quatro pessoas e 16 unidades com 17 metros quadrados para comportar até cinco pessoas. Os desabrigados interessados em ficar alojados no Centro Humanitário devem entrar em contato com a Defesa Civil, pelo (51) 97400-8947.

“Todos os moradores que estavam em abrigos provisórios na cidade foram transferidos para o Centro Humanitário. Estamos realizando diariamente vistorias nas casas que foram afetadas, elas ocorrem conforme os pedidos feitos pela população para a Defesa Civil da cidade”, explica o secretário de Segurança, Moacir Serpa Godoi.

Segundo o subprefeito da região norte de Nova Santa Rita, Paulo Esrael, nos próximos dias serão instaladas melhorias na infraestrutura do local.

“Vamos viabilizar espaços de lazer, como chimarródromo para os adultos e playground para as crianças. Já começamos a instalação cercas eletrônicas e câmeras de segurança. A ideia é deixar o ambiente o mais próximo de um lar, mesmo que seja provisório, é essencial criar uma atmosfera de comunidade entre as pessoas”, salienta.

A manutenção do espaço será feita em conjunto entre servidores da Prefeitura e os abrigados, explica o subprefeito.

“O objetivo é aproximar os moradores das tarefas diárias coletivas. Será como uma casa, ou seja, as pessoas terão que ajudar a manter a organização e a limpeza dos espaços.”

Em busca de um recomeço

A família de Guilherme André Souza, 39, perdeu tudo na enchente. O morador do bairro Berto Círio, a esposa e o filho chegaram na quinta-feira (6), primeiro dia de funcionamento do Centro Humanitário.

Guilherme André Souza e Jerusa Virgínia Ramos



Guilherme André Souza e Jerusa Virgínia Ramos

Foto: Paulo Pires/GES

“Fomos transferidos. Estávamos abrigados na escola Miguel Couto desde o início do mês de maio. Nunca passamos por uma tragédia dessa proporção. Nossa casa ficou completamente submersa”, relembra.

Desempregado, Souza fala sobre a busca por um recomeço.

“Nossa casa ficou sem condições de moradia. Além de não ter sobrado nada de móveis, a estrutura ficou comprometida. Não arriscaremos voltar. Também temos medo de que uma nova enchente possa acontecer naquela região. Não sabemos como será o futuro, mas queremos que seja em um lugar seguro.”

A esposa de Souza, Jerusa Virgínia Ramos, 46, fala sobre os momentos de desespero durante as cheias.

“Não deu para salvar praticamente nada, mas nossos [dois] cachorros e [um] gato vieram conosco. Estamos felizes por termos conseguido salvá-los, infelizmente, nem todos os animais das cidades atingidas tiveram a mesma sorte”, enfatiza a dona de casa.

O casal, o filho e os animais ficarão por tempo indeterminado no Centro Humanitário. “Vamos tentar conseguir o Minha Casa, Minha Vida que será disponibilizado com condições especiais para quem foi atingido no município”, finaliza Souza.

Moradia para quem perdeu tudo

Conforme o subprefeito da região norte de Nova Santa Rita, Paulo Esrael, a Prefeitura de Nova Santa Rita enviou para o Governo Federal uma solicitação de ajuda e recursos para a construção de casas e apartamentos para as pessoas que ficaram sem moradia.

“Fomos o primeiro município que apresentou o projeto com a quantidade necessária de residências para atender quem perdeu tudo. Inicialmente serão 160 apartamentos e cerca de 50 casas. A pessoa terá que se enquadrar entre a Faixa 1 e 2 do programa Minha Casa, Minha Vida, com a diferença de que será gratuito. Nosso pedido foi para que as famílias não necessitem pagar. O Governo Federal está avaliando. Estamos no aguardo de uma resposta”, explica Esrael.

Pela Faixa 1, podem participar famílias com renda bruta de até R$ 2.640,00 mensais, em áreas urbanas, e de até R$ 31.680,00 por ano, em áreas rurais. A Faixa 2 é destinada àqueles que recebem de R$ 2.640,01 a R$ 4.400,00 mensais, em áreas urbanas, e de R$ 31.608,01 a R$ 52.800,00 por ano, em áreas rurais.

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