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"Nossas finanças estão no fundo do poço", afirma Nedy sobre a situação de Canoas

Dívida da Prefeitura de Canoas salta de R$ 154,5 milhões para R$ 421,9 milhões, segundo dados apresentados pela Secretaria da Fazenda nesta terça-feira

Publicado em: 27/02/2024 às 14h:39 Última atualização: 27/02/2024 às 16h:33
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A crise nas finanças de Canoas é grave. Um levantamento da Secretaria Municipal da Fazenda apontou que o déficit do Município saltou de R$ 154,5 milhões para R$ 421,9 milhões entre 2022 e 2023, o que representa um aumento no endividamento de 172,8%.

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Coletiva, na manhã desta terça-feira (27), serviu para que fosse apresentada auditoria organizada pela Secretaria da Fazenda



Coletiva, na manhã desta terça-feira (27), serviu para que fosse apresentada auditoria organizada pela Secretaria da Fazenda

Foto: Paulo Pires/GES

Os números foram apresentados pelo secretário da Fazenda, Luis Davi Vicensi Siqueira, na manhã desta terça-feira (27), em uma entrevista coletiva organizada no Paço Municipal. O “rombo” nas contas públicas foi diagnosticado após dois meses de auditoria.

“Os dados para esta projeção são resultados de um pente-fino iniciado desde a última semana de dezembro por ordem do prefeito”, explica. “Estão todos comprovados e podem ser acessados no Tribunal de Contas do Estado [TCE]”, destaca.

Baseado no montante devido, esclarece o secretário, o déficit orçamentário – que calcula as receitas menos as despesas – pode chegar a quase R$ 500 milhões ao final deste ano, com o caixa no vermelho se aproximando de R$ 1 bilhão a partir do próximo ano.

“Houve e gastança e um descontrole completo das finanças públicas”, salienta. “Acho que o exemplo que melhor explica isso é o caso da educação, onde o Município, durante o ano passado, não aplicou nem o mínimo exigido de um governo”, aponta.

O economista aponta que, no exercício de 2023, o percentual de investimento aplicado na Educação foi de 16,73%, menor que o mínimo exigido pela Constituição, que é de 25%. Já na saúde, Canoas aplicou 23,32%, ultrapassando os 15% exigidos em lei.

“No caso da educação, não alcançar o índice constitucional coloca em risco a qualidade do ensino e, também, o retorno financeiro de recursos”, frisa o secretário, que diz continuar sendo prioridade o pagamento em dia dos servidores.

Preocupação

Na avaliação do prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques, a situação é “periclitante”, razão pelo qual foi convocada a coletiva. Nedy afirma que encara uma realidade não enfrentada antes por nenhum político à frente da gestão de Canoas.

“Nossas finanças estão no fundo do poço”, garante. “A situação é desesperadora. Uma crise financeira sem precedentes na história de Canoas, com dívidas em todas as áreas. A gestão que nos antecedeu aumentou assustadoramente a dívida do Município”.

Reflexo na saúde

O desequilíbrio financeiro foi observado, principalmente, nos três hospitais da cidade, segundo a Prefeitura de Canoas.

O Hospital Universitário (HU) tem um déficit que soma mais de R$ 50 milhões em dívidas a serem pagas para fornecedores e encargos trabalhistas.

Já o Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG) tem uma dívida que ultrapassa os R$ 22 milhões.
Por fim, o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) contraiu uma dívida de quase R$ 10 milhões no último ano.

Resposta

A reportagem entrou em contato com a assessoria do prefeito afastado Jairo Jorge, cuja gestão se estendeu de 28 de março de 2023, quando reassumiu o cargo, a 23 de novembro do ano passado, quando foi afastado novamente da função por decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). A manifestação aconteceu através do ex-secretário da Fazenda, João Portella. Confira a matéria completa no link: “Há mentiras e números manipulados”, diz ex-secretário da Fazenda sobre déficit milionário.

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