Evento que já faz parte da tradição gaúcha da modalidade, o último Open Aron de Muay Thai teve entre os destaques uma canoense de apenas 24 anos, medindo 1,50 m e pesando 48 kg.
Foto: Paulo Pires/GES
Dienifer Silva, mais conhecida como a Gigante, garantiu o primeiro cinturão de sua trajetória semiprofissional no esporte após vencer a atleta Katiucia Angoneze durante o evento em Portão.
Transmitido ao vivo para milhares de fãs do esporte em todo o Brasil, a luta mostrou aquilo em que a pequena gigante é especialista: uma explosão de socos e chutes sem dó na adversária.
“Eu me transformo no ringue”, diz. “Todo mundo que me conhece, sabe que sou muito boazinha. Mas no ringue eu faço a minha cara de louca e entro para arrebentar mesmo”.
Com a vitória, a canoense de 24 anos entra para um seleto rol de atletas que passam a ser desafiados por outros atletas, o que significa ter que defender o cinturão garantido à base da porrada.
“Estou em preparação e não há uma adversária ou evento definido ainda, mas isso pode acontecer a qualquer momento e tenho que estar pronta para defender o cinturão contra qualquer adversária”, explica.
Diante do novo cenário, a lutadora vive uma rotina intensa de treinamentos que inclui socos direto na cara; joelhadas no queixo; chutes no estômago e golpes em sacos de areia até exaurir os músculos. Tudo para garantir a forma ideal para o combate.
“Meu diferencial é a força”, esclarece. “A adversária observa o meu tamanho e não imagina que, ao levar um chute ou soco, vai sentir o impacto do golpe, porque a preparação da musculatura é intensa, assim como eu também sou”.
Professora
Dienifer pode ser vista treinado com o namorado, o também lutador e treinador da atleta, Vinícios Coimbra, no Studio Kings de Muay Thai, que fica na Rua General Salustiano 670, no bairro Marechal Rondon.
E para coroar a boa fase, ela disse também ter começado a dar aulas de muay thai. As lições ocorrem às terças e quintas-feiras somente para mulheres, o que tem garantido a procura pela preparação.
“A gente sentiu a necessidade de ter aulas femininas e abrimos a turma com boa procura”, esclarece. “Elas nos procuram por diversas razões. Algumas querem entrar em forma e outras querem se defender contra qualquer tipo de ataque”.
Passar mais tempo na academia tem garantido a Dienifer preparação extra. Ela conta que passou a treinar exclusivamente com Vinícius e que isso tem resultado em um bom desempenho no ringue e fora dele.
“Hoje eu respiro muay thai desde que acordo e isso tem sido ótimo na minha preparação”, afirma. “Comecei a treinar só com o Vinícius e estou mais focada e, além disso, dar aulas tem sido uma experiência muito legal”.
Desafio
Dienifer Silva de Oliveira pratica muay thai desde 2015. Tem em sua trajetória seis lutas, com cinco vitórias e uma derrota ainda quando era uma principiante, aponta Vinícius.
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O treinador observa que há previsão de novos eventos para julho e novembro. Ele explica que, além de defender o cinturão quando desafiada, a gigante também pode desafiar.
“Ela pode somar cinturões em eventos tanto quanto pode ser desafiada por uma adversária”, salienta. “Defender o título significa defender a honra de ter o braço erguido e conquistar o cinturão”.
A gigante diz que não é hora de apressar nada e garante estar tranquila quanto a ser desafiada para um novo combate.
Fã da campeã mundial de muay thai Tainara Lisboa, paulista que hoje roda o globo nos maiores eventos de UFC do planeta, Dienifer também sonha grande, porém sempre com os pés no chão.
“Tenho várias atletas que admiro e me inspiram dentro e fora do ringue e a Tainara é um nome que salta quando eu penso em modelo de atleta”, diz. “Ela também fica possuída antes de entrar no ringue”, brinca.