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INVESTIGAÇÃO

"Nenhuma hipótese está descartada", afirma delegado sobre possível envenenamento de bolo após morte de 3 mulheres em Torres

Terceira vítima foi sepultada na tarde desta quinta-feira em Canoas

Publicado em: 26/12/2024 às 16h:35 Última atualização: 26/12/2024 às 16h:35
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Foi sepultada na tarde desta quinta-feira (26) a terceira vítima do caso envolvendo um bolo suspeito no litoral norte.

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Movimentação no crematório São Vicente foi intensa desde o início da manhã desta quinta-feira (26)



Movimentação no crematório São Vicente foi intensa desde o início da manhã desta quinta-feira (26)

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

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A comerciante Neuza Denize Silva dos Anjos, 65 anos, teve uma despedida restrita, que contou com a presença de pessoas próximas no Crematório e Cemitério São Vicente, em Canoas.

A cerimônia ocorreu somente 24 horas após o sepultamento da filha, Tatiana Denize Silva dos Anjos, 43, e também da irmã Maida Berenice Flores da Silva, 58, na quarta-feira (25).

O velório foi acompanhado por parentes e amigos que permanecem perplexos pela tragédia. Neuza Denize tinha uma loja dentro do La Salle e era querida por todos que a conheciam. “A gente está sem acreditar no que aconteceu, porque vimos ela super bem ainda na semana passada”, disse a colega Cleuza Souza.

Também trabalhando no mesmo local, Elizete Silva, 41, relata que a comerciante contou estar muito animada com o passeio até Torres, onde reencontraria as irmãs na véspera de Natal. “Ela estava toda empolgada contando sobre a viagem”, lembra. “De repente, a gente começa a ler que morreu depois que comeu um bolo. É inacreditável. Ela e a irmã eram coisa mais queridas.”

Além das três vítimas, seguem hospitalizados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres, Zeli Teresinha da Silva dos Anjos, 61, irmã que morava com Maida e que fez a sobremesa, e um menino de 10 anos, filho de Tatiana.

Acidente

A reportagem tentou acompanhar o sepultamento, porém atendeu à solicitação da família, que pediu privacidade em momento de luto. Alguns parentes estariam descontentes com comentários publicados em alguns sites e redes sociais “que não condizem com a verdade”. No entanto, o motivo não foi detalhado.

Conforme algumas pessoas ligadas à família, existe a crença de que a tragédia é resultado de acidente, já que não havia desavença entre as irmãs. A causa das mortes deve ser revelada pela Polícia Civil.

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Investigação

Desde a manhã da última terça-feira (24), quando houve o registro do primeiro óbito encaminhado à Delegacia de Polícia de Torres, a polícia se debruça sobre o caso. Há duas principais hipóteses. O caso pode ter relação com envenenamento ou intoxicação alimentar. Isso porque as pessoas que participaram da confraternização e ingeriram o doce começaram a passar mal, com diarreia e vômito, ainda durante a noite de segunda-feira, piorando na madrugada.

“Por enquanto, nenhuma hipótese está descartada”, afirma o delegado Marcos Vinícius Veloso, titular da DP de Torres. “O bolo já foi encaminhado para a perícia e estamos aguardando o resultado.”

A morte do marido de Zeli Teresinha, apontada como a mulher que fez o bolo, também é investigada. Ele morreu por intoxicação alimentar em setembro. “Já pedi exumação do corpo para passar pela perícia”, avisa. “É muito cedo para suspeitar dela, até porque ingeriu duas fatias da sobremesa e está hospitalizada”, argumenta.

Entenda o caso

Seis pessoas passaram mal após comer do mesmo bolo no café da tarde organizado por uma família, em um apartamento em Torres, na última segunda-feira (23). Duas morreram entre a madrugada e a manhã de terça. O terceiro óbito aconteceu na noite daquele dia.

O bolo teria sido preparado na casa de duas irmãs que residiam em Arroio do Sal. Zeli Teresinha e Maida Berenice levaram a sobremesa até o apartamento da irmã, Neuza Denize, que aguardava em Torres com a filha, o genro e o neto de 10 anos.

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