Foi no final do mês passado que a Força Aérea Brasileira (FAB) se manifestou a respeito do excesso de lixo que está acumulado no Parque Eduardo Gomes. Isso porque os animais mortos entre os entulhos estavam atraindo urubus que poderiam atrapalhar a atividade aérea sobre a cidade.
Desde o período de ápice das cheias, durante o mês de maio, quando as pistas do Aeroporto Internacional Salgado Filho acabaram inundadas, que Canoas vem recebendo voos comerciais. De lá para cá, só aumentaram os números de decolagens e aterrisagens.
A questão do lixo e retirada dos resíduos segue trabalhada pela administração, no entanto, perdura na cabeça da maioria que toda a ave preta vista no céu ou sobre telhados e pátios no lado oeste da cidade é um urubu. Porém, isso não é verdade, já que maçaricos do banhado também passaram a sobrevoar Canoas desde as cheias.
Também conhecida como tapicuru, a ave mede entre 46 e 54 centímetros de comprimento e pesa meio quilo. Possui um longo e característico bico curvo, o qual varia de um amarelo alaranjado até o amarelo vivo, cores que contrastam com a plumagem completamente negra que brilha em dias de sol.
Moradora do bairro Fátima, Helena Garcia observa o aumento de urubus desde as caçambas começaram a despejar lixo no Parque Eduardo Gomes. Contudo, ao parar em um pequeno sítio de um amigo no bairro Mato Grande, observou que muitas aves eram maçaricos-do-banhado e não urubus como pensava.
“Maçaricos não são raros no sul do Brasil, mas parece que aumentaram desde as enchentes”, diz a professora 46 anos. “Só eu enxerguei umas quinze aves durante uma voltinha que dei ali na altura da Prainha do Paquetá durante o último final de semana”.
Conforme a bióloga e educadora ambiental do Zoológico Municipal, Renata Gautier, a presença dos Maçaricos sempre foi bastante comum em Canoas, entretanto a população é que passou a prestar mais atenção nas aves no céu desde o período de cheias.
“Não é por causa das cheias, porque os maçaricos sempre estiveram presentes”, esclarece. “O que acontece é que algumas pessoas passaram a prestar mais atenção nelas agora”, acrescenta.
Ela salienta que as aves alimentam-se de crustáceos, caranguejos, moluscos e folhas.
“Eles buscam alimentos em regiões aquáticas e alagadas e só não é visto por aqui em épocas de estiagem”.
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