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Segurança

Comandante do 15° BPM diz que fake news prejudicaram trabalho policial na enchente

Tenente-coronel Ivan Clóvis Alves aponta que a violência propagada durante o período causou impacto em um cenário que já era de enorme tensão

Publicado em: 24/07/2024 às 15h:16 Última atualização: 24/07/2024 às 20h:53
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Ao recordar o trabalho de segurança em Canoas durante o primeiro semestre de 2024, o comandante do 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), tenente-coronel Ivan Clóvis Alves, responsável pelo policiamento ostensivo da Brigada Militar (BM) em Canoas, observou que as fake news atrapalharam muito o trabalho de policiamento. Na avaliação do oficial, a violência propagada durante o período causaram impacto em um cenário que já era de enorme tensão devido a perdas de vidas e moradias por conta do acúmulo de água.

 

Bairro Mathias Velho foi centro da tensão durante o período das cheias em Canoas



Bairro Mathias Velho foi centro da tensão durante o período das cheias em Canoas

Foto: PAULO PIRES/GES

O comandante, entretanto, deixa claro que disparos aconteceram na área alagada, mas eram de pessoas que estavam defendendo a própria casa de saqueadores que circulavam durante a noite para arrombar e furtar casas.

“Há vídeos inclusive em que se escutava os disparos e alguns acreditamos que eram gravados pelos próprios saqueadores que depois distribuíam pelas redes”, esclarece. “As pessoas deram tiros para cima para afugentar ladrões”, explica.

Ivan lembra das dificuldades da Brigada para cobrir o terreno devido à inundação, já que cobrir quilômetros de terreno em um barco é diferente do deslocamento em uma viatura policial.

“A Brigada Militar consegue dar uma resposta rápida e chegar a um endereço em velocidade a qualquer momento em uma viatura, porém a mobilidade em um barco é diferente e demorava até chegarmos a um local”.

Levada pela água

Sobre os furtos e arrombamentos de residências e estabelecimentos comerciais, o comandante da BM lamenta os crimes que aconteceram durante o período mais crítico em maio, apesar das prisões executadas.

“Prendemos indivíduos que circulavam de barco para cometer crimes e alguns acabaram sendo pegos em flagrante”, recorda. “Havia pessoas inclusive vindo de longe para saquear casas em Canoas.”

O comandante, no entanto, diz que a água também arrombou e levou eletrodomésticos e móveis de algumas casas devido à violência da água após o rompimento do dique no bairro Mathias Velho.

“Encontramos uma televisão em cima de uma árvore e seria muito difícil alguém ter colocado lá”, salienta. “A água também invadiu casas e arrastou móveis e eletrodomésticos. Não foram só ladrões”.

Perderam tudo

Ao todo, 48 Policiais Militares (PMs) oriundos de Canoas acabaram perdendo tudo devido à catástrofe. A maioria permaneceu em serviço durante o período e muitos atuaram nos resgates com barcos.

“Foi um período muito difícil e só tenho a elogiar o desempenho do nosso pessoal, já que muitos, mesmo com as perdas pessoais, permaneceram trabalhando e colaborando nos resgates a outras vítimas”, conclui.

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