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Não é só conserto, é tradição que bomba no Litoral Norte

Reportagem do DC ajudou Edison Feliciano Uggione a ampliar reparos de cadeiras de praia em Canoas

Publicado em: 12/01/2023 às 09h:11 Última atualização: 15/01/2024 às 16h:31
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Admiração da clientela não ficou só nos likes das redes: canoense foi até a casa do idoso



Admiração da clientela não ficou só nos likes das redes: canoense foi até a casa do idoso

Foto: PAULO PIRES/GES

Após um mês da reportagem feita pelo Diário de Canoas com Edison Feliciano Uggione, estofador há 43 anos, ele concedeu nova entrevista ao jornal para falar sobre o que mudou.

De acordo com Uggione, o fluxo de clientes aumentou exponencialmente. “Não esperava essa enorme repercussão. Fiquei surpreso e feliz ao mesmo tempo. Muitas pessoas chegam aqui e falam que ficaram sabendo do serviço por meio da matéria que leram”, revela.

O profissional explica que mesmo estando dentro do período considerado de maior procura pelo serviço, de setembro a março, o movimento de clientes estava baixo até início de dezembro. “Tenho 18 cadeiras para consertar até esse sábado. Há pouco mais de um mês atrás isso não ocorria com frequência. As últimas semanas têm sido de muito trabalho. Estou realizado que as pessoas que não conheciam meu trabalho estão podendo ver ele na prática”, destaca.

Uggione deixa algumas cadeiras de praia expostas em frente ao local em que está instalado há mais de 15 anos, na Avenida A. J. Renner, 1798, no bairro Estância Velha. Para evitar furtos, Edison deixa elas presas a um cabo. “Trabalho das 8 horas até o meio-dia e das 13h30 vou até as 19 horas, de segunda a sábado”, salienta.

 

Peças de reposição são um desafio

Uggione fala da dificuldade em conseguir algumas peças de reposição. “Como as fabricantes não fornecem manutenção, a solução para conserto é nos serviços espalhados pelos bairros”.

O estofador diz que compra cadeiras usadas de recicladores que passam em frente ao seu endereço para poder utilizar como peças de reposição. “Eu invisto para poder trabalhar”, explica. Pela sua avaliação, muita gente desistiu de prestar o serviço pelas dificuldades financeiras. “Não ‘tá’ fácil”, relata.

 

Amor pela profissão

Uggione conta que começou a aprender estofaria ainda na adolescência. “Meu pai trabalhava em uma e, quando jovem, foi trabalhar na mesma empresa. Não sabia nada, entrei aprendiz e sai como encarregado de equipe”, relembra.

O veterano diz que estofar é uma arte que requer cuidado e algumas habilidades. “O trabalho começa desde a escolha do tecido, do recorte, até colocar o estofamento no móvel, seja um sofá ou uma cadeira, leva algum tempo”, explica.

Além das cadeiras, Uggione construiu seu próprio torno para madeira e faz cabos de espetos de churrasco e outros trabalhos que vão surgindo. “A gente faz de tudo”. Também em frente ao seu endereço, um banco de moto e um de carro para chamar a atenção de quem passa. “Faço solda e arrumo os bancos, não adianta arrumar o estofamento e deixar o resto estragado”, contextualiza.

Até conserto de baús em fibra de vidro Uggione aprendeu a fazer e oferece aos potenciais clientes. Tudo para garantir o maior número de serviços e a comida no prato. “Se eu trabalho, eu tenho o alimento”, comenta. A época de início de veraneio faz muitas pessoas se darem conta que suas cadeiras precisam de manutenção.

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