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Ainda sentindo o ciclone

Moradores voltam para casa e atividade da pesca é retomada na Prainha do Paquetá

Área ribeirinha em Canoas permanece inundada pela cheia do Rio dos Sinos. Contudo, o retorno da energia elétrica, nesta quarta-feira (5), após dez dias sem luz, representou recomeço para parte da população

Publicado em: 05/10/2023 às 15h:39 Última atualização: 18/10/2023 às 20h:47
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A manhã desta quinta-feira (5) marcou o retorno de algumas famílias que estavam afastadas da Prainha do Paquetá desde que a cheia do Rio dos Sinos inundou a área ribeirinha em Canoas.

Miro Lopes retornou para casa nesta quinta-feira (5) após ficar afastado por dias



Miro Lopes retornou para casa nesta quinta-feira (5) após ficar afastado por dias

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Embora o rio permaneça “fora da caixa” inundando pátios e casas na Prainha do Paquetá, o restabelecimento da energia elétrica após dez dias sem luz, motivou moradores a regressarem após um período de ausência forçado.

O pescador Miro Lopes, 62 anos, voltou com a esposa, otimista de que a água que permanece represada possa baixar mais e melhorar a situação dos moradores nos próximos dias, já que diz não haver ciclone previsto.

“A gente fica olhando para o céu e torcendo para não chover mais”, desabafa. “Voltamos agora porque eles ligaram a energia. Ficar debaixo do mau tempo e sem luz é algo muito difícil”.

O aposentado Juvenal Noé, 65 anos, comemorou o retorno da energia elétrica após mais de uma semana sobrevivendo à luz de velas. Ele observa que tentou usar um gerador movido a gasolina para alimentar a casa, mas a solução saiu cara.

“A gente compra um litro de gasolina e não dá para nada”, reclama. “Tive que ficar na base da vela e lampião para ter alguma luz durante a noite. Não foi fácil, eu admito. É algo para os fortes”, brinca.

Pescaria

Além do restabelecimento de energia, o surgimento do sol nesta quinta-feira marcou também o retorno da atividade pesqueira no Paquetá após dias sem que linhas e anzóis entrassem na água.

O pescador Moacir Lopes, 57 anos, recolheu as linhas da água no início da manhã, retirando enormes tilápias do Rio dos Sinos. É um começo modesto, na avaliação do trabalhador.

“Coloquei dez redes na água e consegui tirar cinco peixes”, aponta. “É muita água represada, então não dá nem para reclamar. Afinal, fazia dias que eu não conseguia pescar”, suspira.

Previsão não é boa

Secretário adjunto da Defesa Civil, Igor Sousa lamenta que a previsão do tempo não é boa e ao que tudo indica deve chover mais, aumentando o nível do Rio dos Sinos e impedindo a melhora da situação para a população.

“Acreditamos que o nível do rio vá ficar baixando e subindo por um longo período até novembro”, observa. “Não adianta a gente achar que a água vai sumir porque o acumulo permanece enorme”.

A previsão, conforme o Escritório de Resiliência Climática de Canoas, é de chuva prevista para o sábado e o domingo, o que deve servir de novo alerta para a Defesa Civil de Canoas.

“A gente vai continuar monitorando e auxiliando os moradores, já que a situação continua difícil e não deve melhorar pelo menos até chegar novembro e essa chuva toda passar”, conclui.

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