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Dificuldade

"Minha casa não existe mais", diz idoso que está há 25 dias vivendo debaixo do viaduto

Bairro São Luís acabou atingido com o rompimento do dique no bairro Mathias Velho, levando dezenas de pessoas a se abrigar debaixo do elevado

Publicado em: 28/05/2024 às 16h:41 Última atualização: 28/05/2024 às 16h:41
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À margem da prestação de serviços em abrigos de Canoas, existe uma parcela da população que, para não se afastar de casa, decidiu permanecer embaixo de viadutos desde o início da catástrofe.

 28/05/2024 ALAGAMENTO BAIRRO SÃO LUIS



28/05/2024 ALAGAMENTO BAIRRO SÃO LUIS

Foto: Paulo Pires/GES

Aos 60 anos, Ari Rocha dos Santos guarda somente a lembrança das noites frias passadas em frente ao fogão a lenha. Isso porque a cheia alterou completamente a realidade dos moradores do bairro São Luís.

O rompimento do dique no bairro Mathias Velho fez com que as águas do Rio dos Sinos arrasassem a casa do aposentado, que há 25 dias comanda duas dúzias de pessoas debaixo de um viaduto da Avenida Guilherme Schell.

“A gente poderia ir para um abrigo, mas achamos melhor ficar perto de casa”, diz. “Minha casa não existe mais, mas, pelo menos, aqui eu consigo ajudar outras pessoas que estão situação difícil”.

A situação de extrema dificuldade em que estão vivendo os moradores de uma pequena área do São Luís só é aplacada pelas doações levadas por moradores das imediações que se deparam com o desamparo no local.

“Chega um ou outro com uma cesta básica, que a gente consegue dividir”, explica. “A gente continua levando um dia depois do outro até a água baixar, porque por enquanto ninguém aqui consegue voltar para casa”.

Ana Maciel, 54 anos, também está vivendo de doações debaixo do viaduto. Embora agradecida pelas doações que surgem para a população da área, lamenta ter que ficar no local devido aos roubos das casas.

“Eu poderia estar em um abrigo quentinho, mas se tivesse saído de perto, já não teria mais nada em casa. É melhor ficar por perto cuidando”, afirma. “Porque só um botijão de gás já custa R$ 300 e eu não tenho esse dinheiro”.

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