Os médicos prestadores de serviço que atuam no Hospital Universitário (HU) de Canoas cobram o cumprimento da quitação de vencimentos do mês de setembro. O Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) confirma mobilização dos profissionais. No entanto, a direção do hospital afirma que os atendimentos e as internações estão ocorrendo normalmente.
Segundo o coordenador da região metropolitana do Simers, Daniel Wolff, os profissionais contratados como Pessoa Jurídica (PJ) já haviam anunciado a mobilização a partir do dia 7 de dezembro, caso o pagamento de setembro não fosse realizado até a última sexta-feira (6). Entretanto, um comunicado da direção apontou que seriam feitos os pagamentos integrais de todos os médicos nesta segunda-feira (9).
“Não existe nada concreto que eles vão receber hoje e a situação dos médicos é crítica. Eles deveriam ter recebido setembro no dia 15 de novembro e, até agora, isso não ocorreu. Problema que se agrava com as precárias condições de trabalho, pois faltam insumos importantes para cirurgias cardíacas, a exemplo de marcapassos, além de que os pacientes ficam internados esperando pelos procedimentos. Existem pessoas há mais de 60 dias na lista de espera, ocupando um leito e se expondo aos riscos de ficar dentro de um hospital”, lamenta o diretor do Simers.
O diretor-geral do HU, Jorge Mendes Ribeiro Boop, afirma que os pagamentos serão realizados ainda nesta terça-feira (10).
“Tivemos um bloqueio judicial por questões trabalhistas relacionadas à Funam [antiga gestora do HU]. Já foi resolvido e os pagamentos serão efetuados ainda hoje”, diz.
Sob condição de anonimato, um dos médicos PJ do HU descreve a atual situação na instituição.
“Até o início da tarde de hoje, nenhum dos colegas recebeu. O que parece é que a direção do hospital e a Prefeitura querem nos vencer no cansaço. Como se houvesse uma queda de braço. Só recebemos promessas. As condições são ruins não apenas para os profissionais, mas para os pacientes. Faltam insumos para cateterismo, para cirurgias cardíacas, entre outros procedimentos. Há mais de 40 pacientes internados aguardando.”
O profissional relata que falta assistência adequada para os pacientes devido à falta de medicamentos e materiais.
“Tivemos quatro colegas que pediram o desligamento devido às condições de trabalho e atrasos nos salários. Isso pode gerar uma sobrecarga nos profissionais que seguem. Somos trabalhadores, também temos contas para pagar.”
Em nota, a direção do HU afirma que não há falta de insumos. No entanto, reconhece atrasos pontuais.
“Não faltam insumos para cirurgias de urgência e emergência. Às vezes, demora um pouco mais para as cirurgias eletivas. Ainda na manhã desta terça-feira, foram realizados três cateterismos”, diz o comunicado.
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