Material escolar: melhor coisa é pesquisar para não pagar mais

O retorno à escola se aproxima e muitas famílias estão focadas na pesquisa e na compra dos materiais escolares. Se por um lado essa pesquisa é comum entre aqueles que são os responsáveis pela aquisição dos itens necessários para as aulas, por outro, há uma diferença no comportamento do consumidor que vem se evidenciando nos últimos anos. Há aqueles compradores que ainda gostam de ir às lojas escolher os itens, mas cada vez mais, a praticidade da compra on-line vem ganhando espaço.

No Centro de Canoas não é difícil identificar que isso ocorre. Nesta segunda-feira (29), no final da manhã, duas lojas de materiais escolares estavam com o movimento tradicional, com atendentes recebendo muitas solicitações de orçamentos e efetivando compras. Já no Conjunto Comercial Canoas, o movimento não era visível. O atendimento ocorria de forma virtual. 

A moradora do bairro Fátima, Roberta Zang, é um exemplo. “Estou comprando os materiais do meu neto de cinco anos e do meu filho, de 13”, contou, revelando que achou a lista do menor muito extensa e que está ciente de que o maior gasto com o adolescente que cursa o 8º ano será com os livros pedagógicos.

Roberta observa que, no comparativo como ano passado, os preços não subiram de forma exagerada. “Tem alguns itens que opto por economizar, mas tem outros que não valem a pena, como os lápis de cor. Esses têm que ter qualidade, porque do contrário é jogar dinheiro fora. Tem uns que a ponta vai quebrando ao apontar e as crianças mal usam”, afirma

É preciso mesmo equilibrar esta e outras questões na hora da compra do material escolar, para não desperdiçar dinheiro e conseguir adquirir os itens que terão o melhor custo-benefício.

Consumidores mostram novos hábitos

Os empresários Sirlene e Felipe Mendes são proprietários de uma loja de materiais escolares há 25 anos. No comércio, instalado no Conjunto Comercial Canoas, o movimento presencial não é mais tão intenso como há alguns anos. Mas o faturamento não reduziu, pelo contrário, até aumentou.

“Oferecemos a facilidade de receber as listas de materiais, enviar os preços e fechar os pedidos, tudo pelo whatsApp. Depois selecionamos os itens e fazemos a entrega da compra no endereço dos clientes ou diretamente nas escolas. Muitos pais nem vêm mais na loja, resolvem tudo de forma on-line”, comenta Sirlene.

A empresária recorda dos anos em que realizavam feiras para atrair clientes, e dos dias que tinham a loja lotada e nos dias em que os atendentes, em maior número, mal davam conta. “Não é uma regra, mas normalmente as vendas ocorrem mais em fevereiro.”

Tudo pelo on-line

A empresária canoense Mariana Geisel é cliente de Sirlene e de Felipe, da loja do Conjunto Comercial Canoas. “Há pelo menos seis anos eles são responsáveis pela lista do material escolar dos meus filhos. Eles têm o diferencial que para mim é importantíssimo: facilitam a minha vida. Eu mando a lista para o ano todo e sei que vão escolher de acordo com as minhas preferências e me perguntam quando há dúvidas”, comenta. O material é entregue com uma cartela de etiquetas personalizada e com tamanhos diferenciados para identificação dos itens.

Sirlene afirma que o perfil de Mariana exemplifica a mudança comportamental. “Hoje, cerca de 80% dos nossos clientes preferem o atendimento on-line” 

Diferença de 146,86

O Procon Canoas fez uma pesquisa de preços em nove estabelecimentos. O estudo, realizado de 17 a 24 de janeiro, chegou à conclusão de que a diferença de valores na lista pode chegar a 146,86%, dependendo das marcas e locais de compra. Um total de 18 itens foram pesquisados. A diferença de preço das listas escolares varia de R$ 64,61 a R$159,50 nas papelarias no município.

A maior diferença percentual foi no item lápis preto, com variação de R$ 0,35 a R$ 8,00. A diretora do Procon Canoas, vinculado à Secretaria Municipal de Segurança Pública, Taís Marques, ressalta que a diferença de valores de um mesmo produto é bem acentuada. “Os consumidores devem ficar atentos e pesquisar o menor preço na hora da compra. ”Verifique se é possível a reutilização.

Os preços pela região

Na pesquisa do Procon Porto Alegre, foram incluídos 33 produtos, em quatro estabelecimentos, entre 8 e 11 de janeiro. Quem estiver procurando massa de modelar, caixa com seis unidades, encontrará valores entre R$ 2,09 e R$ 4,50, uma diferença de mais de 115%. No caso da tesoura escolar simples, a variação é ainda maior: 293% entre o menor preço (R$ 1,50) e o maior (R$ 5,90).

Geralmente, os itens mais baratos da cesta escolar - lápis e canetas - também apresentam variações. A caneta esferográfica de ponta grossa é vendida entre R$ 0,69 e R$ 1,30, uma diferença de 88%. Uma caixa de lápis de cor, com 12 unidades, pode ser encontrada a R$ 3,98,o menor valor, atéR$ 8,90, uma variação de 123%. Para quem prefere as compras presenciais e trabalha em Porto Alegre, vale a pena incluir a capital na avaliação dos preços.