Dia 22 de fevereiro, há cerca de dois meses, o Projeto de Lei (PL) 3/2023 era sancionado em Canoas. A chamada reforma administrativa da Prefeitura havia sido aprovada na Câmara de Vereadores por 18 votos a dois. A aprovação foi considerada uma vitória para o então prefeito em exercício, Nedy de Vargas Marques (Avante).
Veio o mês de março, novos secretários foram anunciados. Até que um fato mudou a política da cidade. Afastado do cargo há 362 dias, Jairo Jorge (PSD) retornou ao Paço Municipal no dia 28 de março. Nedy voltou a ser o vice-prefeito.
No entanto, nada estava como era antes. Prefeito e vice, que venceram as eleições de 2020, não se falam mais. Romperam ainda em 2022 durante o afastamento de Jairo.
Reforma da reforma
Desde o retorno, Jairo Jorge falou sobre uma nova reforma administrativa. O prefeito afirma que as medidas tomadas pelo vice, aumentaram os gastos do Executivo. A primeira medida foi transfir o carnaval. “Não podemos fazer festa enquanto estamos com tantos credores atrasados.”
Naquele momento o mandatário começou a articular ao lado da equipe, a reforma da reforma.
Projeto na Câmara
Nesta terça-feira (18), durante a sessão ordinária da Câmara de Vereadores, os parlamentares fizeram a leitura da nova reforma. Desta vez proposto por Jairo Jorge, o PL 14/2023 atualiza o projeto anterior.
Entre as principais mudanças estão a mudança em Cargos Comissionados, com valores reduzidos, o enxugamento da máquina pública e a criação de coordenadorias.
O presidente do legislativo, vereador Cris Moraes (PV), afirmou que todos os ritos serão respeitados. “Vamos analisar o melhor para a cidade. Sempre colaborando com a construção do projeto.”
Para o vereador, a nova reforma é mais completa. “Temos estudos, sabemos o déficit. Não tínhamos sequer o impacto orçamentário.”
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Mudanças e reclamações
Uma possível aprovação da nova reforma não retira a legitimidade do Legislativo, conforme o presidente da Câmara. “Não vejo problema em refazer. Se vem para melhorar a cidade e alcançar os anseios da população, não vejo problema.” O parlamentar afirma que mesmo sem o direito do voto, se posicionou contrário à reforma em fevereiro. Votaram contra os vereadores Jeffeson Otto (PSD) e Emílio Neto (PT).
Já o vereador Juares Hoy (PTB) questionou: “Se a Câmara aprovar, vai estar admitindo o erro?” Outro questionamento diz respeito a mudança no gabinete do vice-prefeito. “O Nedy terá direito a apenas um assessor. É uma retaliação política?”
Essa reclamação partiu também do vice-prefeito, que cogita entrar na justiça por conta da mudança.
Líder do governo em fevereiro, Cezar Mossini (MDB), não quis se manifestar sobre o assunto.