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MAIS DE MIL CHAMADOS: Média em 2024 é de 160 ocorrências por mês atendidas pelos bombeiros

Com a sede no bairro Mathias Velho fora de operação desde a enchente, tempo de resposta aumentou, avisam os bombeiros

Publicado em: 15/08/2024 08:53
Última atualização: 15/08/2024 08:53

As cheias que atingiram Canoas prejudicaram também a estrutura do Corpo de Bombeiros. A sede localizada na Avenida Rio Grande do Sul, no bairro Mathias Velho, permanece fora de operação desde maio, quando acabou tomada pela inundação.

Há muito trabalho para o Corpo de Bombeiros em Canoas Foto: Paulo Pires/GES

Desde então, a sede na Avenida Santos Ferreira tem abraçado todas as ocorrências da cidade, o que ocasionou um aumento no tempo de resposta da corporação para algumas ocorrências, conforme explica a capitã Júlia Calgaro.

“Na última sexta-feira a gente três ocorrências ao mesmo tempo”, lembra. “Então é necessário pedirmos apoio a batalhões. Temos contado com a ajuda de batalhões vizinhos, porque a estrutura que tínhamos montada no Mathias Velho segue inoperante”.

A oficial aponta que bombeiros de Cachoeirinha, Gravataí, além da guarnição que opera em Nova Santa Rita tem prestado apoio em Canoas. Isso porque o número de ocorrências permanece quase o mesmo.

Os dados do 8º Batalhão de Bombeiro Militar (CRBMRS) apontam 1.220 chamadas para o Corpo de Bombeiros entre janeiro e agosto deste ano. O número representa um acréscimo de 6,6% no comparativo com o ano passado.

A média de 160 ocorrências por mês só não é maior, avalia a capitão, porque existe uma parcela da população que ainda não retornou para casa no lado oeste da cidade, ainda prejudicado pelas inundações de maio.

“A gente continua na média, mas sabemos que se Canoas estivesse habitada como antes, o número de ocorrências poderia ser maior, porque a própria estrutura de parte da cidade permanece com problemas”, argumenta.

Fogo no mato

Foi no dia 25 de julho que um incêndio em um matagal à beira da Estrada do Nazário mobilizou o Corpo de Bombeiros durante horas. O problema, no entanto, perdurou dias após o atendimento.

Conforme lembra a capitã Júlia Calgaro, cinco dias depois da chamada, os bombeiros ainda precisaram correr para o local para combater focos do incêndio. Pior: a borracha queimada causou prejuízo ambiental.

“Qualquer ocorrência de fogo em mato é complexa porque, dependendo do tempo, as chamas se alastram rapidamente”, explica. “Só que agrava a situação, se houver borracha e pneus envolvidos”.

Houve muita reclamação da população durante o período devido à fumaça preta no céu, lembra a capitã. Ela orienta que ao observar qualquer movimentação considerada suspeita de pessoas atirando fogo em mato, é necessário denunciar.

“O ideal é ligar para o 190 da Brigada Militar e denunciar, por se tratar de crime ambiental”, adverte. “Não dá para ficar olhando alguém atirar fogo e não fazer nada”.

Pavão resgatado

Segundo a oficial, os bombeiros já se recuperaram do período mais crítico das cheias, quando somaram cinco mil salvamentos em um período de 30 dias.

“Durante os primeiros quatro dias foi uma loucura e trabalhamos sem parar”, lembra. “No começo, a gente se valia de equipamentos e barcos de voluntários”.

A chegada de bombeiros oriundos de seis outros estados reforçou o efetivo e garantiu o começo do revezamento dos servidores em escalas.

Além dos salvamentos da população atingida, houve o resgate de mais de mil animais de todas as espécies, aponta Júlia.

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