abc+

Alerta

Incêndios causados por curto-circuito cresceram 200% desde as enchentes em Canoas

Apontamento do Corpo de Bombeiros é referente a casas que passaram semanas inundadas no lado oeste da cidade

Publicado em: 18/08/2024 às 14h:15 Última atualização: 18/08/2024 às 14h:15
Publicidade

A eletricidade não tem cheiro ou cor e pode-se revelar traiçoeira, caso não se tome alguns cuidados. É o alerta que faz o Corpo de Bombeiros de Canoas, ao fazer um triste apontamento.

Disjuntores com contatos oxidados representam risco em instalações, aponta o eletricista Fabiano Teixeira



Disjuntores com contatos oxidados representam risco em instalações, aponta o eletricista Fabiano Teixeira

Foto: FABIANO TEIXEIRA/DIVULGAÇÃO

Desde o período das cheias, cresceu mais de 200% em Canoas o número de incêndios causados por curtos-circuitos na rede elétrica. Foram 16 casos contra os cinco anotados durante todo o ano passado.

Na avaliação da capitã Júlia Calgaro, do 8º Batalhão de Bombeiro Militar (CRBMRS), os problemas têm surgido principalmente devido às instalações antigas, que não suportam a capacidade de alguns aparelhos elétricos.

“A água baixou, as pessoas voltaram para casa, mas imaginamos que muitos não fizeram nenhum tipo de manutenção ou averiguação da parte elétrica afetada pela água durante o período das cheias”, destaca.

Conforme a capitã, os acidentes em tomadas ou fiação no forro, apontados por moradores, criam um cenário atípico, e serve de alerta para quem voltou e não teve nenhuma preocupação com a elétrica em casa.

“A gente sabe que existe uma parcela da população que não regresso ainda”, frisa. “Que isso sirva de alerta para quem vai voltar. Antes de sair ligando aparelhos, seria importante que um profissional avaliasse a instalação”.

No escuro

Morador do bairro Fátima, Ronaldo Macedo, 43 anos, conta que na ânsia de voltar para casa, se preocupou com a limpeza, mas não levou em conta o risco com a eletricidade. Acabou sendo surpreendido logo na primeira noite.

“Voltamos e na primeira noite deu um problema em um interruptor na cozinha”, relata. “Deu o curto e quando a gente percebeu caiu o disjuntor e a casa acabou no escuro”.

A solução para o problema surgiu somente dias depois, após um cunhado eletricista aparecer e substituir a fiação queimada. O profissional, conta Ronaldo, explica que o pior poderia ter acontecido.

“Ele disse que se o disjuntor não estivesse bom, minha casa teria pegado fogo”, recorda. “A gente se assustou bastante e acabou gastando mais para ajeitar tudo, mas pelo menos, hoje estamos mais seguros”.

“Tem que fazer revisão”, explica eletricista

Há anos trabalhando como eletricista, Fabiano Teixeira tem sido contratado tanto para fazer a revisão de moradias quanto a manutenção de equipamentos e dispositivos.

“Em primeiro lugar, era preciso esperar um tempo para deixar tudo secar tudo e só depois voltar para casa”, afirma. “Porém, a gente entende que as pessoas estavam ansiosas para voltar”.

O profissional defende ser obrigatória uma revisão antes de voltar para casa. Isso porque tem encontrado tomadas e, principalmente disjuntores, com contatos completamente oxidados devido ao longo período debaixo d’água.

“É obrigatório fazer uma revisão”, diz. “Todas as casas que entro, acabo encontrando as tomadas e os disjuntores muito oxidados. Porque passaram 27 dias debaixo d’água. Não tinha como não causar problema”.

Sem retorno

A reportagem entrou em contato com a empresa Rio Grande Energia para questionar o assunto, porém, até a publicação desta matéria, não houve retorno.

Publicidade

Matérias Relacionadas

Publicidade
Publicidade