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CATÁSTROFE NO RS

Hospital de Pronto Socorro de Canoas inicia processo de avaliação e diagnóstico do prédio atingido pela enchente

Local ficou quase duas semanas parcialmente submerso pelas águas da inundação no bairro Mathias Velho

Taís Forgearini
Publicado em: 23/05/2024 às 19h:40 Última atualização: 23/05/2024 às 19h:40
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Referência em atendimento de traumatologia de urgência e emergência pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) começou nesta semana o processo de avaliação da unidade atingida na enchente na madrugada do dia 4 de maio. Equipes de engenharia predial e de tecnologia da informação iniciaram o processo de diagnóstico da rede elétrica, tubulações, equipamentos e materiais de bloco cirúrgico. O local ficou quase duas semanas parcialmente submerso pelas águas da inundação no bairro Mathias Velho.

Cenário de destruição no interior do Hospital de Pronto Socorro de Canoas



Cenário de destruição no interior do Hospital de Pronto Socorro de Canoas

Foto: Divulgação

Segundo o médico e diretor técnico do HPSC, Álvaro Fernandes, em um cenário otimista, a retomada das atividades do hospital poderá ocorrer em até 60 dias. “O prazo poderá ser maior. Tudo dependerá de um conjunto de fatores, mas estamos unindo forças para reerguemos a unidade. Ainda não temos a real dimensão dos estragos, porém, a estimativa inicial é que sejam necessários de R$ 30 a 35 milhões para recuperar a estrutura, mobília e equipamentos”, explica.

Com a redução das águas, já é possível visualizar o piso do primeiro andar do hospital. O imóvel fica há cerca de um metro acima do nível da rua, que ainda apresenta pontos de alagamento.

“Essa diferença possibilitou o início dos trabalhos de reconhecimento dos danos. Há muito escombro. A mobília, por exemplo, virou um monte de lixo”, diz.

O primeiro cronograma de ações contempla a análise inicial da estrutura do prédio, a avaliação da necessidade de contratação de uma empresa especializada em serviços de engenharia, o resgate de utensílios em aço inoxidável para higienização e esterilização, a retirada de entulhos e a limpeza do local.

“Acreditamos que os materiais do bloco cirúrgico poderão ser recuperados devido ao tipo de material. O aço inoxidável tem durabilidade em contato com a água e pode passar desinfecção.”

Entre as perdas de equipamentos está o tomógrafo, uma das mais recentes aquisições do hospital. O aparelho estava em fase de calibração para uso quando a tragédia ocorreu.

“Por ser novo, está na garantia, porém, ela não cobre desastres naturais. No momento, temos duas alternativas: a primeira é o conserto da peça principal, que já foi removida do tomógrafo. A segunda: se não for possível o conserto, estamos em contato com a empresa fornecedora para uma possível substituição do aparelho. Diante de todo esse cenário de catástrofe, talvez seja possível uma flexibilização sobre a garantia”, frisa Fernandes.

De acordo com o diretor do HPSC, dos 750 colaboradores, cerca de 50% dos profissionais foram atingidos pelas enchentes de Canoas e da região metropolitana. “Muitos perderam tudo e estão abrigados em casas de familiares e amigos. Com o escoamento gradual das águas, a previsão é que, na próxima semana, o quadro de funcionários esteja operando com capacidade de 70% no Hospital Nossa Senhora das Graças [HNSG]. Neste momento, estamos tentando apoiar os nossos colaboradores no que é possível.”

As equipes do HPSC foram realocadas para o Hospital Universitário (HU) e o HNSG. Nesta semana, todos os profissionais estão sendo transferidos para o Hospital Nossa Senhora das Graças. “A ideia é que os pacientes possam ser acompanhados pelas equipes médicas desde a entrada até a alta. Dividir as equipes em dois hospitais estava impossibilitando isso. Portanto, até o retorno das atividades do hospital, nossas equipes atuarão 100% no HNSG”, finaliza.

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