Após o recesso do almoço, o júri da técnica de enfermagem Vanessa Pedroso Cordeiro, de 40 anos, foi retomado nesta tarde de quinta-feira (11). No retorno do julgamento foi ouvida a segunda testemunha de defesa da acusada por tentativa de homicídio de 11 bebês no Hospital Universitário (HU).
O médico psiquiatra forense, Silvio Antônio Erne, falou sobre os laudos de Vanessa. Erne participou da avaliação da situação clínica da ré após os acontecimentos do fim de 2009.
“Quando ela gotejou morfina na mucosa do bebê, ela sabia do risco de morte, porém, na sequência, ela buscou atendimento adequado para salvar o recém-nascido. Isso deixa evidente a patologia, caracterizada pela impulsividade. Existia um comportamento de querer chamar a atenção para si, como se ela quisesse ser uma salvadora da vida daquela criança”, explanou o profissional.
Na sequência, o promotor de justiça Rafael Russomanno Gonçalves, questionou sobre a possibilidade de premeditação dos fatos. “Para conseguir os medicamentos não havia a necessidade de antecipação? Não são medicamentos de fácil acesso. Como isso se encaixaria na condição de saúde mental apresentada?”, questionou.
Em resposta, o médico frisou que existem variáveis e que a ré possui transtorno transtorno obsessivo compulsivo. “Existe elementos de transtorno de personalidade como elemento central na condição dela. Ela possui um caráter repetitivo nas ações.”
Manifestação da ré
Após os testemunhos, Vanessa Pedroso Cordeiro falou perante os jurados. Ela admitiu a responsabilidade e pediu perdão. “Hoje eu tenho consciência do que fiz. Estava lá para salvar vidas. Eu sei que o que fiz foi errado. Na época não sabia que precisava me tratar. Demorei muito para me perdoar. Estou em tratamento [psiquiátrico] desde quando tudo aconteceu. Meu sonho era ser médica, mas hoje sei que não possuo condições”, relatou.
LEIA TAMBÉM