ECONOMIA

Gás de cozinha está mais caro com novo modelo de cobrança

O último aumento ocorreu em setembro de 2023, e preço aumenta novamente agora por conta do ICMS

Publicado em: 05/02/2024 09:47
Última atualização: 05/02/2024 09:47

O gás de cozinha está incluído no novo modelo de cobrança nas alíquotas de ICMS, que passou a ter validade nesta quinta-feira (1º), como ocorre com os combustíveis. Esse item, indispensável para a maioria das famílias e também para muitas pessoas que trabalham com a comercialização de alimentos prontos, chega ao consumidor mais caro. O último aumento no gás de cozinha ocorreu em setembro de 2023.

Maristela diz que precisará rever os preços dos produtos Foto: PAULO PIRES/GES

Agora o preço aumenta novamente por conta do imposto. A alíquota do gás de cozinha foi definida em R$ 1,41 por quilo, e a previsão é que o aumento fique em torno de R$ 3,00. Segundo levantamento nacional da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o botijão de 13 quilos subiria da média de R$ 100,98 para R$ 103,60.

Na mesma quinta-feira do anúncio do novo modelo de cobrança, a reportagem do Jornal Diário de Canoas realizou uma pesquisa, ligando para três empresas distribuidoras de gás de cozinha e buscando valores em dois aplicativos.

Se a compra de botijão de 13 quilos fosse efetuada naquele dia, solicitando no fornecedor mais barato, o valor a ser pago pelo consumidor seria de R$ 89,00. Em um dos locais foram passados três valores, sendo R$ 110,00 para os locais fora do bairro onde fica o ponto de venda, o Mathias Velho, mas o atendente falou em desconto e o valor cairia para R$ 103,0, se pago em dinheiro, e R$ 100,00 se o endereço ficasse no mesmo bairro.

Nos aplicativos, a diferença de preço estava bem maior, variando de R$89,00 a R$ 125,00. Na pesquisa a reportagem encontrou um fornecedor oferecendo a opção de parcelar em duas vezes, no valor de R$ 115,00 e outro, pagamento no cartão, mas com o valor mais alto da busca: R$ 125,00. Parcelar ou pagar no cartão só em uma emergência, pois essas opções ficarão ainda mais caras com o reajuste.

As vendas, na quinta-feira, ainda eram feitas com os valores antigos. Mas assim que precisarem renovar seus estoques, os valores serão ajustados.

Será preciso rever valores cobrados dos clientes

Maristela Nogueira depende do gás de cozinha para o trabalho. Ela prepara congelados para comercializar, além de produzir pães, cucas e bolos para vender. “Quando aumenta o gás, tenho que reajustar os valores dos meus produtos, não tem jeito. Mas tento colocar o menor índice possível e procuro aumentar a clientela, para evitar o prejuízo”, afirma a microempreendedora.

São dois botijões de 13 quilos por mês e a qualidade do seu produto depende, por exemplo, do tempo do preparo do molho caseiro que faz para preparar pizzas. “Não faço com molho pronto, deixo o molho reduzir e isso leva mais tempo ao fogo”, explica. Maristela fala ainda do quanto o aumento dos combustíveis também afeta o valor dos seus itens, que dependem de transporte para chegar aos locais de venda e a sua cozinha. “São custos que precisam ser considerados.”

Dois botijões de 13 quilos por mês

Toda a doçura que envolve o trabalho das sócias Fabiane Santos dos Santos e Angélica Oliveira da Silva, que fabricam doces e bolos para festas, ficou um pouco apagada com a notícia amarga do aumento no gás de cozinha. “O aumento do gás nos afeta bastante. Não paramos de trabalhar, graças a Deus, além das encomendas diárias dos quindins, bolos de pote, bolos convencionais, brigadeiros e cajuzinhos, também participamos de uma feira aqui no bairro Harmonia, todos os sábados. Para dar conta de toda a demanda, usamos no mínimo dois botijões de gás, mensais.”

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