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AUMENTO DE CASOS

Fumaça, doenças respiratórias e filas nas UPAs de Canoas

Unidades de Pronto Atendimento registram, desde agosto, um aumento exponencial da procura pelos serviços

Taís Forgearini
Publicado em: 12/09/2024 às 16h:29 Última atualização: 12/09/2024 às 16h:30
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O sistema de saúde canoense já sente o impacto das fumaças originadas pelas queimadas que atingem o País, especialmente nos Estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso. As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) registram, desde agosto, um aumento exponencial da procura pelos serviços.

Upa Boqueirão realiza cerca de 400 atendimentos diários



Upa Boqueirão realiza cerca de 400 atendimentos diários

Foto: Paulo Pires/GES

As filas para atendimento também cresceram. Na UPA Boqueirão, pacientes apontam demora entre a triagem e a consulta. A falta das unidades atingidas pela enchente também contribui para a situação.

“É uma soma de fatores. Houve uma elevação dos casos relacionados às doenças respiratórias e também há o reflexo das UPAs [Rio Branco e Mathias Velho] que estão sem seus espaços físicos de origem”, salienta a secretária adjunta de gestão hospitalar de Canoas, Alyne Nunes Mota.

Dados do mês passado revelam os atendimentos das UPAS do Município. Em comparação ao mesmo período de 2023, Canoas contabilizou um acréscimo de 67,72%. “Passamos de 18.998 para 31.865 atendimentos”, diz.

Contudo, a gestora avalia não haver necessidade de ampliação no quadro de colaboradores e sim a reabertura das unidades fechadas.

Reabertura de espaços atingidos pela enchente

Segundo a secretária adjunta, até o fim de setembro, as UPAs Rio Branco e Liberty Dick Conter (Mathias Velho) serão reabertas.

“As obras de recuperação estão ocorrendo nos locais. Com o retorno das estruturas, as demandas da população serão melhor distribuídas entre os serviços da rede de saúde. A expectativa é aliviar as demais unidades”, afirma Alyne.

Usuários pedem celeridade na hora da triagem

Juçara Sortica Chaves, 63 anos, precisou levar a filha, Aimê Bernardes Flores, 34, para atendimento na UPA Boqueirão. “Na terça-feira, ela teve uma crise de asma e aumento da pressão. Ficamos mais de três horas na espera. Até passar por todas as etapas de atendimento, foram oito horas”, reclamou a aposentada.

Juçara Chaves pede maior agilidade no serviço



Juçara Chaves pede maior agilidade no serviço

Foto: Paulo Pires/GES

Na manhã de terça-feira (10), Alexandre dos Santos Mairano, 45, aguardava na UPA Boqueirão a transferência da mãe para o Hospital Universitário (HU). “Ela chegou na segunda-feira com um quadro de infecção respiratória. Estamos aguardando uma vaga”, comentou.

Com dor no peito e falta de ar, Maico Brito, 38, conta que também buscou atendimento. “Depois da triagem, fui para a emergência. Fiz exames e fui medicado. Cheguei às 7 e fui liberado ao meio-dia. O que mais demorou foi a triagem. Estava cheio de pessoas aguardando”, destacou.

Recomendações e cuidados

A Secretaria Municipal de Saúde recomenda que os usuários da UPA Rio Branco procurem atendimento, preferencialmente, na UPA Niterói. Já os usuários da UPA Liberty devem buscar o Centro de Especialidades Médicas, localizado na Rua Brasil, 438 – Centro.

“Os profissionais das unidades fechadas foram realocados para atender nas unidades do Rio Branco e Liberty”, frisa a secretária.

Com o aumento dos casos de doenças respiratórias, Alyne reforça cuidados com a saúde.

“A fumaça afetou a qualidade do ar. A população deve reforçar a hidratação e evitar a exposição em ambientes externos.”

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