HISTÓRIA
Fotografias antigas relembram serviço precursor do Samu
Pesquisador canoense recupera informações sobre a saúde local nos anos 50
Última atualização: 09/01/2024 10:42
Fotografias guardadas há muitas décadas vieram à tona, durante uma singela conversa entre dois moradores do bairro Niterói. Elas lembram um momento importante da história de Canoas e que é muito pouco falado.
De um lado, o pesquisador Enio Menezes de Souza, de 70 anos. De outro, Noé Francisco Rosa, 77 anos, que há mais de 40 anos guardava fotos do pai, posando ao lado de alguns colegas, todos antigos trabalhadores do extinto Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (Samdu), o precursor do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
“Estávamos conversando e ele me contou que quando era jovem, a mãe o fazia levar marmita para o pai, que era motorista do Samdu, que funcionava onde hoje está instalado o Instituto Penal de Canoas e que tinha umas fotos antigas”, conta o pesquisador. Ele comenta que na hora se deu conta da importância dos registros e pediu para fazer uma foto das imagens impressas em preto e branco.
Além de se interessar em fazer uma cópia digital, Souza foi atrás de informações, mas ficou um pouco frustrado, porque não há muitos registros. “Nos registros históricos da cidade, encontrei uma citação de João Palma da Silva (jornalista, historiador e cidadão canoense), citando a instalação do serviço.” “Ninguém fala disso, mas os mais velhos vão lembrar e os mais jovens ficarão sabendo que esse serviço federal, criado em 1949, existiu em Canoas.”
Primeiros diretores
Nas imagens às quais o pesquisador Enio Menezes de Souza teve acesso, além do falecido pai de Noé Francisco Rosa, o senhor João Idefonso Rosa, dois importantes médicos daquela época aparecem nas imagens: Davi Bonder e Laudelino Bandeira, também falecidos, que foram os primeiros diretores do Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (Samdu).
“Os médicos faleceram, o Samdu foi desativado, acho que nos anos 1970. Eu lembro de ter sido atendido no local e lembro das kombis com sirene, que andavam pelas ruas”, recorda. Suas pesquisas apontam que o serviço foi instalado em 15 de janeiro de 1954. De acordo com Souza, naquela época, o Samdu era o único posto de saúde na cidade. Ele continua atento sobre o assunto e pretende, juntamente com Noé, oferecer as imagens para a Biblioteca Municipal.