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EMPREENDEDORES

Força e coragem para recomeçar nos negócios

Levantamento parcial do Município aponta perdas de R$277 milhões

Publicado em: 11/06/2024 às 11h:14 Última atualização: 11/06/2024 às 13h:09
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Restaram poucos equipamentos e quase nenhum produto na padaria que, há 26 anos, Orli Breischatt comanda no bairro Fátima. O conhecido Paraná, devido ao seu estado natal, viu o negócio devastado pela enchente e estima um prejuízo de R$1 milhão.

Até o forno da padaria de Orli precisará de restauro



Até o forno da padaria de Orli precisará de restauro

Foto: Paulo Pires/GES

“Estamos limpando e fazendo consertos há 19 dias. A câmara fria sofreu um curto circuito, só consegui salvar duas máquinas de pão. Não sei o que vou fazer para recuperar, é preciso de força e coragem”, lamenta.

Assim como ele, um diagnóstico da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Inovação de Canoas apontou que outras empresas locais tiveram um impacto de mais de R$277 milhões. Os números ainda devem aumentar, pois o levantamento foi parcial. 

Orli diz que ainda não encontrou um auxílio específico para empreendedores: “Me inscrevi no Auxílio Reconstrução porque moro aqui no bairro e também tive minha casa inundada”. Dos 15 trabalhadores da padaria, apenas dois não perderam suas casas. A maioria mora nos bairros Rio Branco, Mathias Velho e Fátima.

“Ainda não consegui voltar para casa, o piso afundou. Perdi até o carro”, diz a confeiteira Sandra de Brum, na padaria há 13 anos. São eles que motivam Orli a retornar. “Vou abrir a padaria mais por conta das pessoas. Vou dar meu sangue, eu comecei do zero e vou fazer tudo de novo”, afirma.

No minimercado que Elisandra Gass mantém junto do marido no bairro Fátima, apenas as prateleiras mais altas de produtos se salvaram. A enchente deixou de ponta cabeça o negócio de 30 anos da família. “Reabrimos há uma semana e as mercadorias estão vindo. Tivemos de substituir os balcões”, conta.

Os produtos estão sendo repostos aos poucos nas prateleiras do minimercado



Os produtos estão sendo repostos aos poucos nas prateleiras do minimercado

Foto: Paulo Pires/GES

Eles estimam R$150 mil em perdas. Elisandra diz que os fornecedores têm sido empáticos com as pequenas empresas. “Dão prazo de 40, 50 dias para pagar”. Para reconstruir, ela recorreu ao programa de auxílio do Sebrae. O projeto oferecerá apoio para pequenos negócios.

“Estamos trabalhando em projetos para oferecer subsídios e qualificações para que o empreendedor possa se restabelecer”, afirma a presidente da Câmara de Indústria e Comércio e Serviços (Cics), Shirley Panizzi.

Ajuda no retorno

A Cics de Canoas lança nesta terça (11), em parceria com a Câmara de Dirigentes Lojistas de Canoas, Simecan e Banco de Alimentos, a campanha “Ajuda Canoas”. Empresas participantes devem se comprometer a fazer doações de cestas básicas para o Banco de Alimentos, e receberão divulgação e um selo de empresa solidária.

“A ideia é despertar as pessoas para solidariedade e movimentar o comércio, o que acaba movimentando, por sua vez, a indústria”, explica a presidente da Cics, Shirley Panizzi.

O Sebrae divulgou um programa de auxílio em que os microempreendedores individuais (MEIs), microempresas e empresas de pequeno porte receberão avaliação e consultoria, bem como reembolso de até R$15 mil para custear reparos, manutenção e reposição de equipamentos e mobiliário perdidos. As inscrições ocorrem em sebrae.rs/supera. Outros serviços gratuitos para empresários são oferecidos.

A Prefeitura de Canoas prevê R$12,5 milhões em auxílio para mil MEIs e 500 microempreendedores. Os critérios para inscrição ainda não foram divulgados.

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