Solidariedade
"Foi uma lição alimentar quem tem fome", diz enfermeira que saiu de São Paulo para ajudar
Grupo de voluntárias fez marmitas, deu banho em idosos e agora faz parte do resgate a vítimas da inundação em Canoas
Última atualização: 16/05/2024 14:46
Foi na manhã do dia 4 de maio que, ao abrir a internet em casa, no interior de São Paulo, que a enfermeira Kristin Calavare soube das chuvas que castigavam o Rio Grande do Sul, atingindo milhares de pessoas.
A jovem de 25 anos então reuniu um grupo de amigas igualmente enfermeiras e partiram em direção ao sul do Estado. Chegaram na última segunda-feira (13) e desde então atuam como voluntárias.
“A gente só queria vir ajudar, mas observamos que o governo estava enrolado para auxiliar”, conta.
"Resolvemos juntar um dinheiro e vir por conta própria para trabalhar”.
O serviço voluntário começou com o acolhimento a adultos e crianças na sede montada pela Prefeitura de Canoas na Ulbra ainda na segunda. A experiência acabou comovendo as jovens profissionais.
“Além de dar banho em idosos e crianças, a gente também passou a ajudar a fazer e servir marmita”, relata Marcela Tuany. “Foi uma lição de vida alimentar quem tem fome de verdade”, acrescenta a jovem de 26 anos.
Deslocadas no meio da semana para o atendimento no Hospital Nossa Senhora das Graças, elas passaram a cuidar do banho e higiene de adultos e crianças que eram atendidos pela casa de saúde diariamente.
Foi um acidente envolvendo um Pitbull que acabou mudando o destino das paulistas que atuam como voluntárias em Canoas, revela a enfermeira Bruna Oliveira.
“Chegou uma paciente que acabou sendo mordida por um Pitbull ao tentar resgatar o animal”, conta. “Ela estava muito machucada e deveria ter sido atendida imediatamente no local e não esperar para chegar no hospital”.
Bruna então questionou onde a mulher havia sido mordia e acabou informada que a vítima trabalhava no socorro da base montada pela Defesa Civil, no viaduto da Avenida Mauá, no bairro Rio Branco.
Auxílio a quem precisa
Desde então, as enfermeiras paulistas podem ser vistas socorrendo pessoas que são resgatadas da área inundada pelo dique rompido do Rio Gravataí.
“A gente observa que aqui o trabalho é necessário, porque a todo o momento sai da água alguém com algum problema e necessitando de atendimento imediato”, conclui Bruna.
As enfermeiras disseram nunca terem visto algo parecido com o que aconteceu em Canoas.
“A gente já trabalhou em áreas alagadas, mas nada parecido com isso”, afirmou Kristin.