A água baixou, mas os ataques de saqueadores continuam a estabelecimentos comerciais em Canoas, razão pelo qual a Brigada Militar (BM) intensificou as rondas, em especial, durante as noites.
Na noite desta quarta-feira (29), a BM prendeu em flagrante dez pessoas que estavam saqueando um supermercado atingido pela inundação, na Avenida Rio Grande do Sul, no bairro Mathias Velho.
Conforme a BM, a movimentação suspeita foi observada no meio da noite, quando um Renault Logan acabou sendo notado estacionado com o motor ligado ao lado do estabelecimento.
Os policiais abordaram duas mulheres, que contaram estarem “cuidando” do carro, porém o Logan era usado para que os produtos retirados do mercado fossem transportados.
Segundo o tenente-coronel Clóvis Ivan Alves, responsável pelo comando do policiamento ostensivo em Canoas, havia oito pessoas no interior do mercado subtraindo mercadorias.
“A Brigada Militar está atenta ao problema e sabe que criminosos estão agindo em meio as dificuldades nas áreas inundadas”, avisa. “Já intensificamos as rondas porque os saques continuam acontecendo.”
Conforme o oficial, Canoas acaba de receber o reforço de 70 PMs oriundos de São Paulo, acréscimo que responderá por uma garantia extra de segurança durante as noites nas áreas atingidas.
“Contamos com o apoio do Batalhão de Choque da Capital e a Força Nacional”, aponta. “Este reforço da Polícia Militar de São Paulo vai colaborar para aumentarmos os patrulhamentos à noite”.
Preocupação
O aumento das rondas é necessário, segundo a comerciante Simone Basso. A trabalhadora de 42 anos teve a loja saqueada na noite desta quarta-feira apenas um dia depois que a água baixou e ela conseguiu chegar ao endereço.
“Voltamos à loja e começamos a limpeza, mas um dia depois já encontramos a cortina de ferro cortada”, relata. “Não é possível que os caras não respeitam nem a dificuldade que a gente está passando”, desabafa.
Segundo o segurança aposentado Adroaldo Martins, 69, os criminosos estão atacando lojas com cortinas de ferro novas, já que as atingidas não podem ser cortadas por serem “puro ferro”.
“Pode notar que só lojas novas são atacadas”, aponta. “Porque aquelas lojas mais antigas, com cortinas de aço novas, eles não conseguem cortar, porque aquilo é feito de puro ferro.”
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