Cultura
Filme vai reunir histórias relacionadas com a BR-116
Documentário fecha uma trilogia sobre Canoas, iniciada em 2021
Última atualização: 07/03/2024 12:10
Está tudo pronto para a equipe do documentarista e produtor cultural canoense Wender Zanon sair a campo para dar início ao terceiro documentário que encerra a Trilogia de Canoas, iniciada em 2021. Depois de “This is Canoas, not POA!” e “Ensaios sobre uma cidade”, que será lançado este ano, começa a produção de “Um Filme de BR”. Este último terá a BR-116, no trecho de Canoas, como ponto de partida para contar histórias dos canoenses que vivem na rodovia que une vários municípios e que também divide a cidade.
A partir de 11 de março, quatro pesquisadores sairão pela rodovia à procura de personagens para participar do filme. “Tendo em vista que talvez as pessoas fiquem com algum receio ou achem estranha a abordagem, os pesquisadores estarão munidos de flyers e identificados com crachá. Além disso, teremos as redes sociais do filme para validar esse trabalho”, avisa Zanon.
A produção foi contemplada pelo edital da Lei Paulo Gustavo administrado pela Secretaria de Cultura de Canoas. “Um lance legal da Lei é a obrigatoriedade das acessibilidades, então esse filme terá, além de legendas, audiodescrição, legendagem descritiva e intérprete de libras”.
Zanon explica que os quatro pesquisadores vão registrar suas percepções enquanto caminham pela BR-116 e farão a pré-seleção dos personagens que farão parte do documentário. “Formaremos um painel de uma cidade metropolitana do Brasil contemporâneo.”
Dois meses para pesquisa de campo
O documentarista Wender Zanon comenta que o trecho da BR-116 em Canoas não é muito extenso e que a proposta é, a partir do olhar dos membros da equipe, encontrar habitantes, trabalhadores, transeuntes e outros possíveis personagens que possam compartilhar suas experiências através do relato oral de suas trajetórias de vida.
“A equipe de quatro pesquisadores de diferentes cenários culturais e sociais sairá por uma caminhada à deriva pela rodovia durante dois meses, em busca de outros dezessete personagens, ao mesmo tempo que registra e compartilha suas percepções cotidianas sobre o espaço e suas relações”, explica. Antes de sair às ruas, a equipe participará de uma palestra com a fotógrafa Lúcia Marquês.
Cinema virou uma paixão aos 13 anos, sob a influência do pai
O documentarista e produtor cultural canoense Wender Zanon, 33 anos, revela que sempre gostou muito de cinema, desde os 13 anos, quando frequentava muitas locadoras, que na época alugavam filmes em fitas VHS, no bairro Mathias. “Meu pai me levava bastante a essas locadoras”, relembra.
Ele conta que ao finalizar o primeiro filme percebeu que tinha condições e motivação para fazer outros e começou a ter muitas ideias. “Não é uma questão de orgulho de ser canoense, ou bairrismo. Trata-se de pegar Canoas como um recorte para entender o nosso microcosmo para também compreender questões maiores da nossa sociedade, do lugar onde vivemos. Talvez a delimitação geográfica também imponha um dispositivo, um recorte e acho que assim é mais fácil pensar em fazer os filmes que tenho feito.”
Ele está certo de que será possível apresentar um perfil que não corresponde somente ao cidadão canoense, mas sim ao cidadão metropolitano, de cidades satélites, por exemplo.