A manhã desta segunda-feira (27) chuvosa e fria foi marcada pela abertura da Central de Atendimentos para a realização do Cadastro Único em Canoas. Em um três horas, todas as 1,5 mil fichas diárias haviam sido distribuídas. O espaço localizado na Rua Siqueira Campos, 38, Centro, ficou lotado. O alto fluxo de pessoas em busca de fichas e informações formou filas na área externa do prédio.
Com demanda represada devido à suspensão dos atendimentos na semana passada, a Central funcionará todos os dias, das 8 às 18 horas. Segundo a analista municipal, Priscila Beatriz Silva, 40 anos, o local conta com 40 cadastradores para atender a população atingida pela enchente. A servidora alerta para o bloqueio de atualizações para quem já tem o CadÚnico. “Por determinação do Governo Federal, não estamos fazendo atualizações de cadastro. Somente estamos realizando novos cadastramentos”, destaca.
Os irmãos Cleni da Silva, 54, e Renato da Silva, 44, chegaram cedo em busca de atendimento. “Tentamos há duas semanas, quando o Cras do Guajuviras ainda estava aberto, mas não conseguimos ficha. Nossas casas estão ainda com água pela cintura. Perdemos tudo. Moramos em ruas diferentes e as duas seguem sem acesso. Estamos na casa de parentes. Os auxílios serão um sopro de esperança para tentarmos recomeçar nossas vidas”, explica o porteiro.
Além da realização do CadÚnico, as equipes dão orientações sobre quem pode ser beneficiado pelos programas Volta por Cima e Pix SOS Rio Grande do Sul (governo do Estado) e Auxílio Reconstrução (Governo Federal. Para os programas do Estado é necessário ter o CadÚnico.
Documentos
Podem se inscrever no CadÚnico as famílias que possuem renda mensal per capita (por pessoa) de até meio salário mínimo (R$ 706,00) e tenham renda mensal familiar total de até três salários mínimos (R$4.236,00). Os documentos exigidos são: CPF, RG, título de eleitor e comprovante de residência. Devido ao fato de que muitas pessoas estão sem os documentos, o secretário explica que por meio do número do CPF é possível realizar o cadastro. “A pessoa precisa saber o número para acharmos na base de dados”, explica a analista municipal.
Protestos
Na sexta-feira (24), moradores do bairro Mathias Velho protestaram em frente à Prefeitura contra a morosidade das ações realizadas pela administração municipal. Entre os pedidos e questionamentos, além da demora para a retirada das águas das ruas do bairro Mathias Velho estão: a centralização dos atendimentos em uma única região da cidade e o custo de locação do espaço que atenderá os canoenses.
O prédio com cerca de 1 mil metros quadrados foi locado pelo valor de R$ 25 mil mensais (R$ 100 mil por quatro meses), visto que, segundo a Prefeitura, não há outros espaços públicos disponíveis, pois as escolas estão servindo de abrigos e os Cras estão com problemas estruturais ou foram alagados.
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