ATINGIDOS PELA ENCHENTE

Famílias canoenses serão transferidas para o Centro de Humanitário de Acolhimento da Refap nesta quinta-feira

Local conta com 200 unidades habitacionais fornecidas pela Acnur

Publicado em: 01/07/2024 18:56
Última atualização: 01/07/2024 19:07

Previsto para inaugurar nesta quinta-feira (4), o primeiro Centro Humanitário de Acolhimento em Canoas, localizado próximo à Refap, está em processo de finalização da infraestrutura e da montagem de 200 unidades habitacionais fornecidas pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur). Já o segundo Centro, situado no Centro Municipal Olímpico (COM), começará a operar até o dia 15 de julho, com unidades modulares em formato de tenda galpão (retangular) e tenda piramidal.

Cada unidade habitacional da Acnur possui 18 metros quadrados e pode comportar até cinco pessoas Foto: Joel Vargas/Ascom GVG

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Conforme o secretário de Apoio à Reconstrução de Canoas, Roberto Tejadas, cerca de 300 pessoas serão direcionadas para o Centro da Refap nesta quinta-feira.

“No total serão 650 pessoas. Se houver a necessidade de mais, faremos uma segunda fase”, explica. "No segundo Centro, a capacidade é de aproximadamente para 800 atingidos da enchente. As obras estão um pouco menos avançadas, mas a expectativa de abertura segue até a primeira quinzena do mês."

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Responsável pela seleção das famílias, a Prefeitura de Canoas, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, está realizando a avaliação e triagem dos munícipes afetados pela inundação de maio.

"São pessoas que estão em abrigos institucionais e em abrigos paralelos, ou seja, que não são geridos pela administração municipal. Além de pessoas em casas de parentes e amigos porque a casa não possui mais condições de habitação", enfatiza Tejadas.

Os critérios de seleção para os Centros Humanitários de Acolhimento (Refap e Centro Olímpico) foram estabelecidos por meio de um questionário elaborado pelo Governo do Estado, com a adição de algumas questões específicas desenvolvidas pela SMAS - Secretaria Municipal de Assistência Social. Durante o processo de triagem, são consideradas diversas questões, como:


• Se a família é monoparental (se possui filhos e apenas um dos pais)
• Se há idosos na família
• Se há Pessoas com Deficiência (PCDs)
• Se há gestantes na família
• Se há pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na família
• O número de membros da família
• As especificidades de cada família, visando garantir que as famílias e indivíduos mais vulneráveis recebam o acolhimento necessário.

"Os grupos prioritários são aqueles que, conforme levantamento, estejam em maior vulnerabilidade e sem possibilidade de retorno à sua casa (casa condenada)", finaliza o secretário.

De acordo com a Prefeitura, o processo de seleção passa pela avaliação de uma equipe social, conforme a demanda existente, priorizando aqueles que seguem em situação de abrigo e tiveram suas casas condenadas, sem condições de moradia.

Obras no Centro Humanitário de Acolhimento do COM

O Centro Humanitário no Centro Olímpico Humanitário está em fase de finalização da drenagem e compactação do solo, que devido ao excesso de chuva ficou encharcado.

Solo do Centro Municipal Olímpico passa por drenagem e compactação Foto: Paulo Pires/GES

"Vamos finalizar o solo nos próximos dias, após isso, será feita a instalação de dois transformadores de energia elétrica. A montagem das unidades habitacionais [modulares] começou no último fim de semana", salienta.

Os dois Centros contarão com áreas de convivência e multiúso, espaços kids e pets, refeitório, cozinha, lavanderia, fraldário/lactário, depósitos, área de triagem, área para assistência médica e social, banheiros masculinos, femininos e neutros, áreas para pessoas e famílias monoparentais.

Divisão de responsabilidades

A concepção do projeto, tratativas para execução, segurança dos espaços e o apoio aos municípios nas demandas de saúde e educação estão sob responsabilidade do Estado. O Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac financia as estruturas, assim como a contratação da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que será responsável pela gestão dos locais. Já a Prefeitura de Canoas está responsável pela preparação da infraestrutura dos terrenos, viabilização de serviços básicos (água e energia elétrica) e seleção das famílias.

Capacitação de profissionais

Trinta profissionais que atuarão no Centros Humanitários de Acolhimento passaram por uma capacitação nesta segunda-feira (1º), no Auditório Sady Schwitz, no Paço Municipal. A ação foi promovida pela OIM — braço da Organização das Nações Unidas para as Migrações visa qualificar e alinhar  a gestão e a coordenação de abrigos.

“Estamos em processo de contratação de pessoas para atuar na resposta humanitária, devido à emergência ocasionada pelas enchentes no RS, especialmente nas áreas de gestão de abrigos, gestão da informação e administrativa. As vagas estão no site da OIM [Organização das Nações Unidas para as Migrações], convidamos todas as pessoas interessadas a verificarem os termos de referência e preencherem o formulário online”, destaca a coordenadora de Gestão e Coordenação de Abrigos da OIM, Ellene Baettker.

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