De origem humilde, Felipe Staczak começou a trabalhar cedo, ainda na infância, por necessidade, ajudando a completar a renda da família, composta por ele, dois irmãos e a mãe. Para isso, vendia, nas ruas de Canoas, frutas e verduras fresquinhas buscadas de carroça na Ceasa-RS.
Foto: Divulgação
Recentemente, Staczak rememorou o tempo de formação. Dessa vez, ao invés de sentar para assistir às aulas dos professores, comandou a atividade tendo os docentes como público. Formado em 2019, na primeira turma de Enfermagem do campus Canoas da UniRitter, Staczak estruturou sua carreira no Rio Grande do Sul, com experiência no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e abertura de clínica própria.
O enfermeiro teve seu diploma validado nos Estados Unidos e já estuda algumas propostas de emprego em território norte-americano, onde pretende utilizar os conhecimentos científicos aprendidos durante a formação.
“Um bom ensino é capaz de mudar não só a vida de estudantes, como de pacientes e da sociedade toda”, completa. “Na palestra, aproveitei para lembrá-los da relevância do trabalho deles nas vitórias pessoais dos alunos e suas famílias.”
Ele lembrou a trajetória difícil pelas ruas do bairro Olaria. “Meu pai deixou a minha mãe quando eu tinha seis meses. Precisava ajudar em casa”, relembra ele, que um ano antes já havia decidido a carreira que queria seguir.
“Minha mãe teve câncer e eu precisava fazer os curativos dela. Percebi que tinha habilidade para isso e descobri que queria ser enfermeiro.”
Depois de juntar dinheiro com a venda de frutas e legumes, Staczak conseguiu comprar uma churrasqueira e passou a ganhara a vida vendendo churrasquinho no final da linha dos ônibus do bairro Estância Velha. Aos 16 anos ele já cursava o Técnico em Enfermagem.
“Frequentava o ensino médio de manhã, vendia churrasquinho a tarde e frequentava o técnico a noite.” Após conseguir uma bolsa de 80% no valor do curso de Enfermagem no Enem, o sonho estava mais perto de se concretizar. Ninguém duvida mais dos sonhos dele.
Resiliência
É uma vida de superação. Casado e com filho pequeno, para abrir mais do trabalho e assumir o curso universitário que fazia (pagando 20%), Staczak precisou encontrar uma alternativa.
“Minha esposa passou a fazer trufas e eu vendia no trabalho. Muitos colegas compravam só para me ajudar”, comenta o enfermeiro e lembra como as trufas ajudaram a pagar a faculdade, comprar os materiais e nas despesas com a família.
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