ESTELIONATO
Ex-BBB Nego Di será ouvido em Canoas por suspeita de golpes na internet
Clientes compraram produtos em loja virtual divulgada pelo comediante, mas não receberam as mercadorias; Polícia contabiliza 16 vítimas somente na cidade
Última atualização: 15/07/2024 15:00
O comediante e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, será ouvido nesta semana na 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas por suspeita de participar de golpes na internet. O caso está sendo investigado pelo delegado Rafael Soares que apura o envolvimento de Nego Di nas denúncias de estelionato em loja virtual. Comediante seria um dos sócios da plataforma.
O delegado aponta que, até o momento, foram 16 vítimas somente em Canoas. "Estamos investigando desde que surgiram as primeiras vítimas e instauramos um inquérito policial", confirma. "Agora que o caso está sendo divulgados à imprensa, imagino que esse número deva dobrar, porque a divulgação incentiva que outras pessoas procurem a polícia."
Segundo Soares, os relatos não divergem muito. As pessoas compraram pelo site da loja e não receberam pelos produtos pagos. Conforme apontado pelos clientes, a loja inclusive deixou de responder a mensagens e bloqueou contatos, o que gerou revolta de muitos clientes que saíram no prejuízo.
O instrutor de trânsito Ismael Staudt, 40 anos, comprou um ar condicionado no valor de R$ 999. Ele acaba de acionar a justiça temendo não nem eletrodoméstico e nem seu dinheiro de volta. "O Nego Di fazia a propaganda dizendo que era dele e garantindo 100% que os produtos seriam entregues, mas não é bem assim", reclama. "Um colega meu comprou um aparelho no site e não recebeu também. E um amigo dele contou que comprou três eletrodomésticos e acabou não recebendo nada."
Ainda segundo o delegado, embora o inquérito esteja avançando em Canoas e Nego Di tenha depoimento marcado para esta semana, não está descartado que outros inquéritos estejam abertos em delegacias de outras cidades, devido à quantidade de vítimas que estão surgindo. "Como era uma loja virtual, os crimes acabaram abrangendo todo o Estado e há clientes reclamando também no interior", conta.
Crimes de estelionato subiram 5%
Os crimes de estelionato subiram 5% em Canoas em 2022. Foram 1.701 crimes, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública. De acordo com o delegado Thiago Lacerda, que responde pela 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), os crimes estão sendo combatidos, embora o número de vítimas não pare de crescer.
A cidade, afinal de contas, está atrás somente de Porto Alegre e Pelotas no ranking dos estelionatos no Rio Grande do Sul. "É preciso ter cuidado com plataformas não consolidadas e evitar contato com desconhecidos", avisa Thiago. "Não dá para transferir valores sem checar com absoluta certeza qual é a fonte de pagamento."
Atrasos nas entregas, apontam advogados
A reportagem tentou contato com Nego Di. O escritório Fortini & Volcato Advogados, que representa o comediante judicialmente, emitiu a seguinte nota:
"Dilson Alves da Silva Neto, conhecido profissionalmente pelo nome artístico Nego Di, foi contratado para realização de publicidade da loja virtual chamada Tá di Zuera. Ocorre que existem atrasos nas entregas da loja e falta de retorno adequado aos consumidores. Diante disto, passou a receber ataques nas redes como se proprietário fosse ou tivesse a administração e gerenciamento da referida loja.
Diante destes fatos, sua assessoria jurídica está averiguando a situação, já estando em contato com a autoridade policial para ter acesso ao inquérito, bem como para colaborar com a investigação e acelerar a elucidação dos fatos.
Por fim, estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos aos consumidores."
O comediante e ex-BBB Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, será ouvido nesta semana na 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Canoas por suspeita de participar de golpes na internet. O caso está sendo investigado pelo delegado Rafael Soares que apura o envolvimento de Nego Di nas denúncias de estelionato em loja virtual. Comediante seria um dos sócios da plataforma.
O delegado aponta que, até o momento, foram 16 vítimas somente em Canoas. "Estamos investigando desde que surgiram as primeiras vítimas e instauramos um inquérito policial", confirma. "Agora que o caso está sendo divulgados à imprensa, imagino que esse número deva dobrar, porque a divulgação incentiva que outras pessoas procurem a polícia."
Segundo Soares, os relatos não divergem muito. As pessoas compraram pelo site da loja e não receberam pelos produtos pagos. Conforme apontado pelos clientes, a loja inclusive deixou de responder a mensagens e bloqueou contatos, o que gerou revolta de muitos clientes que saíram no prejuízo.
O instrutor de trânsito Ismael Staudt, 40 anos, comprou um ar condicionado no valor de R$ 999. Ele acaba de acionar a justiça temendo não nem eletrodoméstico e nem seu dinheiro de volta. "O Nego Di fazia a propaganda dizendo que era dele e garantindo 100% que os produtos seriam entregues, mas não é bem assim", reclama. "Um colega meu comprou um aparelho no site e não recebeu também. E um amigo dele contou que comprou três eletrodomésticos e acabou não recebendo nada."
Ainda segundo o delegado, embora o inquérito esteja avançando em Canoas e Nego Di tenha depoimento marcado para esta semana, não está descartado que outros inquéritos estejam abertos em delegacias de outras cidades, devido à quantidade de vítimas que estão surgindo. "Como era uma loja virtual, os crimes acabaram abrangendo todo o Estado e há clientes reclamando também no interior", conta.
Crimes de estelionato subiram 5%
Os crimes de estelionato subiram 5% em Canoas em 2022. Foram 1.701 crimes, segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública. De acordo com o delegado Thiago Lacerda, que responde pela 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), os crimes estão sendo combatidos, embora o número de vítimas não pare de crescer.
A cidade, afinal de contas, está atrás somente de Porto Alegre e Pelotas no ranking dos estelionatos no Rio Grande do Sul. "É preciso ter cuidado com plataformas não consolidadas e evitar contato com desconhecidos", avisa Thiago. "Não dá para transferir valores sem checar com absoluta certeza qual é a fonte de pagamento."
Atrasos nas entregas, apontam advogados
A reportagem tentou contato com Nego Di. O escritório Fortini & Volcato Advogados, que representa o comediante judicialmente, emitiu a seguinte nota:
"Dilson Alves da Silva Neto, conhecido profissionalmente pelo nome artístico Nego Di, foi contratado para realização de publicidade da loja virtual chamada Tá di Zuera. Ocorre que existem atrasos nas entregas da loja e falta de retorno adequado aos consumidores. Diante disto, passou a receber ataques nas redes como se proprietário fosse ou tivesse a administração e gerenciamento da referida loja.
Diante destes fatos, sua assessoria jurídica está averiguando a situação, já estando em contato com a autoridade policial para ter acesso ao inquérito, bem como para colaborar com a investigação e acelerar a elucidação dos fatos.
Por fim, estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos aos consumidores."
O delegado aponta que, até o momento, foram 16 vítimas somente em Canoas. "Estamos investigando desde que surgiram as primeiras vítimas e instauramos um inquérito policial", confirma. "Agora que o caso está sendo divulgados à imprensa, imagino que esse número deva dobrar, porque a divulgação incentiva que outras pessoas procurem a polícia."