Presidente da Câmara de Vereadores, Cris Morais (PV) assumiu o cargo de prefeito em exercício no final da última sexta-feira (25). Segundo a Prefeitura de Canoas, a decisão foi tomada com parecer jurídico da Procuradoria-Geral do Município (PGM), com base na Lei Orgânica Municipal, tendo em vista que o vice-prefeito Nedy de Vargas Marques (Avante) está hospitalizado fora da cidade.
Foto: REPRODUÇÃO
Na manhã desta segunda-feira (27), o prefeito deu início aos trabalhos no Executivo, reunindo o secretariado e alinhando os trabalhos na próxima semana, conforme detalhou à reportagem do Grupo Sinos.
Cris Morais inclusive fala da polêmica criada em torno do suposto desaparecimento do livro ata, responsável pelo registro de termo de posse e de atas da administração, na tarde de sexta-feira.
“É preciso ficar claro que esta narrativa que criaram de que o livro ata sumiu não é verdade. O livro estava onde sempre esteve aqui na Prefeitura de Canoas”, afirma.
Confira a entrevista na íntegra:
DC – Como foi tomar posse como prefeito de Canoas?
Cris Morais – Precisa ficar claro que, como presidente da Câmara de Vereadores, saí de casa na sexta-feira visando assinar a posse do vice-prefeito Nedy de Vargas Marques como prefeito de Canoas. Infelizmente, uma doença afastou o vice e ele permanece internado. Por meio da Lei Orgânica do Município, entendemos como obrigação que o sucessor deveria assumir o cargo. Quando o vice Nedy estiver recuperado e habilitado, ele será empossado como prefeito.
DC – Mas houve quem falou em “manobra política” …
Cris Morais – Não tinha como o vice-prefeito assumir o cargo. Esperamos até o final do dia, mas ele permanecia internado. Posso dizer que cumprimos todos os encaminhamentos legais. Havia um oficial de justiça presente. Ele constatou que o prefeito Jairo Jorge não estava no prédio e o vice Nedy também não. Foi tudo dentro da lei.
DC – E sobre o suposto sumiço do livro ata?
Cris Morais – É preciso ficar claro que esta narrativa que criaram de que o livro ata sumiu não é verdade. O livro estava onde sempre esteve aqui na Prefeitura de Canoas. Aliás, por meio do registro no livro, é possível constatar que todos os prefeitos da história assumiram o cargo nas dependências da Prefeitura de Canoas. O livro não deixou o prédio. E se o vice-prefeito estivesse aqui, ele teria assinado e tomado posse como prevê a lei.
DC – Como foi o início do trabalho do prefeito em exercício?
Cris Morais – Assumi como prefeito interino da Prefeitura de Canoas justamente para a cidade não parar obras e serviços. Então reuni o secretariado nesta segunda-feira para saber do andamento dos trabalhos e o planejamento a partir de agora. Canoas é a terceira economia do Estado e não pode ficar parada.
DC – O prefeito em exercício promoverá mudanças na estrutura do governo? Haverá mudanças no secretariado?
Cris Moraes – Seria uma irresponsabilidade mexer em algo que está funcionando plenamente. Os profissionais trabalhando na Prefeitura de Canoas conhecem a matéria e vão continuar exercendo serviços que são essenciais à população.
DC – Mas o secretário da Saúde, Felipe Martini, pediu exoneração, certo?
Cris Moraes – Sim, o secretário Felipe Martini pediu exoneração do cargo ainda na sexta-feira. Tentamos contatá-lo, mas não foi possível. A secretária-adjunta Ana Macedo assumiu o posto como titular.
DC – O prefeito em exercício foi visto na Prainha do Paquetá, que sofre com a inundação do Rio dos Sinos. Deve prosseguir com essa agenda sobre os atingidos pela cheia?
Cris Morais – Sim, porque é o assunto que mais preocupa hoje. Há previsão de novas chuvas e a tendência que o rio suba mais. Estamos garantindo o atendimento e a estrutura necessária à população atingida. Hoje vivemos um cenário em que o rio desce e algumas pessoas já pensam em voltar para casa, mas se voltar a chover, o Município precisa estar com essas pessoas e colaborar no que for necessário.
DC – Já existe alguma meta ou objetivo claro que o prefeito em exercício queira alcançar no cargo?
Cris Morais – É importante para a população entender que assumi para não deixar a cidade no vácuo. Foi uma ação para impedir que o progresso seja interrompido. Na condição de prefeito interino, estamos unindo esforços no sentido de garantir aquilo que é melhor para a população e para os animais.
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