Além do drama de permanecer durante um mês longe de casa, existe ainda o problema de não poder retornar com segurança para a moradia, cuja estrutura pode ter sido abalada devido à cheia.
Visando uma avaliação precisa dos imóveis em que a habitação não é mais possível, a Prefeitura de Canoas criou uma força-tarefa que garante a análise que garante um retorno seguro ou não dos moradores para casa.
A iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação em parceria com a Defesa Civil conta com aliados importantes: profissionais oriundos de outros estados com experiência em enchentes e deslizamentos.
Há técnicos que chegaram a Canoas vindos de Niterói, no Rio de Janeiro, São Luís, no Maranhão, e Campinas, em São Paulo. A carioca Paula Guimarães, por exemplo, chegou após atuar na cheia de Niterói no início do ano.
Ela explica que o trabalho consiste em uma avaliação apurada das condições em que a residência está após passar um longo período inundada. Isso porque as casas não são projetadas para ficar neste tipo de condição.
“O principal é o alicerce”, esclarece. “Se a estrutura acabou afetada, não existe sustentação para o peso das paredes e telhado, o que acaba criando uma situação de risco para que a pessoa volte a habitar o endereço”.
Também um técnico atuando pela Defesa Civil, mas com a experiência em deslizamento no Estado do Maranhão, Lauro Lúcio Militão observa que as características do estrago causado no Rio Grande do Sul são devastadoras.
“Foi muita água e muitos materiais não resistem muito tempo se submersos”, afirma. “A umidade acaba abalando a estrutura, algo que é bem diferente da realidade que observamos no Maranhão, onde o próprio ar é mais seco”.
Risco iminente
O trabalho ocorre nos bairros Mathias Velho, São Luís, Harmonia, Fátima, Rio Branco, Mato Grande e em parte de Niterói e parte do Centro que acabou inundada no início do mês passado.
As avaliações ocorrem a partir da demanda criada pela própria população, que pode ligar e marcar para que as equipes se desloquem até o local para garantir um laudo das condições do imóvel.
Em paralelo aos atendimentos que partem de solicitações da comunidade, estão sendo colocados drones para mapear as áreas atingidas e localizar os pontos mais críticos onde há casas que possam estar interditadas.
Técnico da Defesa Civil de Canoas, Matheus Bolsoni esclarece que após a avaliação, é emitido um documento que pode ser entregue diretamente para o proprietário da casa ou colado no endereço.
“É preciso que a pessoa se conscientize de que o imóvel condenado não pode ser habitado devido ao risco que representa à segurança”, frisa. “A avaliação é criteriosa e se há risco, a pessoa não deve tentar voltar”.
Avaliação
Quem quiser ter o imóvel avaliado, pode ligar para o número (51)3476-3400 colocado à disposição pela Prefeitura de Canoas.
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