Escovar os dentes depois de cada refeição. Esse é, ou deveria ser, um hábito de higiene obrigatório a adultos e crianças para proteger a saúde bucal, mas não só para eles. A rotina deveria ser ampliada também aos cães, garante especialista.
Proprietária da Clínica Veterinária Villa Vet, Liziane Epple explica que a escovação deveria ocorrer uma vez por dia, no mínimo. Isso porque, ela explica, a clínica atende a casos complexos de animais até mesmo com a mandíbula quebrada durante uma refeição.
“Não adianta trazer o pet na clínica e pedir para que a gente escove os dentes uma vez por mês”, explica. “É preciso cuidar da dentição do animal já a partir do segundo ano, porque conforme o tempo vai passando, o tártaro vai acumulando entre os dentes e enfraquecendo a mandíbula”.
A veterinária esclarece que se os animais forem acostumados com a escovação desde cedo, fica mais fácil manter uma rotina para combater a placa bacteriana e outros malefícios. A preocupação maior deve ser com os menores, devido à própria estrutura dentária.
“A gente sabe que não é fácil escovar os dentes do pet”, salienta. “Às vezes eles não ficam parados e outros acabam incomodados e não deixam, mas é preciso fazer um esforço. Porque especialmente os animais menores costumam a ter problemas primeiro por terem os dentes muito juntinhos”.
O próprio mercado pet contribuiu para a higiene bucal dos animais atualmente. Contudo, é preciso escapar de armadilhas como a compra de produtos com “sabor de churrasco”, por exemplo, que não garantem a correta higiene necessária dos dentes.
“A variedade de produtos para quem quiser começar a cuidar da dentição do pet é grande, mas é preciso buscar orientação com profissionais e não sair comprando produtos que não causam nenhuma solução para o problema”, avisa.
Escovação em dia
Maria Schuch convive há anos com os pastores australianos Brutus e Faye. Escova os dentes de cada um, no mínimo, duas vezes ao dia. Ela diz não ter dificuldades justamente porque os animais já se acostumaram com a escovação diária.
“Eles deixam e não se incomodam nem um pouco”, relata. “E como uso produtos contra a gengivite e outras doenças acaba ficando tranquila por saber que estão com a dentição em dia. Mastigam sem qualquer problema”.
A moradora de Canoas conta que já soube de animais que começaram a perder os dentes ao cair ou simplesmente durante a refeição devido à fragilidade da arcada dentária.
“O animal não consegue reclamar que está com dor de dente como as pessoas”, afirma. “Então não dá para a gente se preocupar somente quando eles ficam velhinhos e os dentes começam a quebrar enquanto comem ração. Tem que cuidar desde cedo”.
Sinais visíveis
Segundo Liziane, um dos sinais que ajudam os donos a identificarem algum problema dentário no animal é o mau hálito do pet. Somado a isso, o problema pode ser notado também quando o animal começa a se recusar a comer.
O cuidado com os alimentos é fundamental nesse sentido. Embora alguns alimentos vendidos como “naturais” possam parecer mais saudáveis, podem criar o acúmulo de bactérias que um simples pote de ração não causa.
“A gente chega a receber cães que só comem comida como se fossem pessoas, mas isso não é o ideal”, reforça. “O cão que se alimenta com um osso tem os dentes mais saudáveis e com menos bactérias que aquele vivendo com uma alimentação regrada a produtos considerados saudáveis”.
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