Educação

"É quase agosto e a gente não sabe quando a escola volta", reclama moradora de Canoas

Escola Municipal de Ensino Infantil Ledevino Piccinini, no bairro Fátima, continua com os portões cadeados desde o período de cheias

Publicado em: 30/07/2024 14:41
Última atualização: 31/07/2024 15:43

As cheias que atingiram Canoas impactaram e permanecem impactando o ensino na cidade. Há instituições que continuam fechadas devido aos estragos causados pelas águas que inundaram áreas inteiras.

Escola de Ensino Infantil Ledevino Piccinini permanece trancada desde as cheias Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Somente no bairro Fátima, há duas escolas apontadas como importantes pela comunidade sem funcionar desde a enchente que atingiu a área, deixando centenas de crianças sem o atendimento.

A Ledevino Piccinini continua fechada desde maio. O cadeado no portão principal pode ser visto completamente enferrujado por quem passa em frente a instituição localizada na Rua Joaquim Caetano.

“Está abandonada”, afirma Gabriela Silveira. “É quase agosto e a gente não sabe quando a escola volta. Essa escola já tinha problemas antes e agora parece que não tem solução, porque só largaram de mão”.

A trabalhadora de 29 anos mantinha uma filha de 4 anos como estudante do Ledevino desde os primeiros 6 meses. Acabou sendo obrigada a procurar uma instituição particular para continuar trabalhando.

“Meus pais moram longe e não tenho onde deixar”, explica. “Pior é que não houve nenhum comunicado da Secretaria de Educação orientando sobre remanejo de vagas. Eles parecem que encerraram as atividades e cada um que se vire do jeito que der”.

Também sem atendimento desde o período das cheias, a EMEI Vó Maria Aldina também apresenta problemas de estrutura, porém podem ser vistos no local os trabalhadores em atividade.

Acontece que devido à água que permaneceu durante dias inundando o local, o piso de parquê se soltou, tornando necessária uma reforma completa para que as crianças e profissionais retornem.

Mãe de um menino de 6 anos matriculado na instituição, Jéssica Alves disse ter sido obrigada a matricular o menor em uma instituição particular e desde então banca os custos de uma instituição particular.

“A escola em que o meu filho está é conveniada com a Prefeitura de Canoas, mas não houve qualquer tipo de remanejo e, como preciso deixar ele para continuar trabalhando, continuo pagando”, diz.

Ledevino Piccinini passou semanas inundada durante o período das cheias Foto: GABRIELA SILVEIRA/ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO

Retorno já marcado

Segundo a Prefeitura de Canoas, as escolas da rede municipal atingidas pela enchente estão retornando de forma escalonada, respeitando a necessidade de revitalização de cada uma.

Para o Ensino Fundamental, o retorno total acontecerá até o dia 5 de agosto. Já na Educação Infantil, o atendimento às crianças voltará ainda na primeira quinzena de agosto. Até o momento, 45 instituições já retomaram as atividades.

A Secretaria Municipal de Educação também informou que o caso da Ledevino Piccinini demandará uma obra mais complexa. A SME inclusive fará contato com pais e responsáveis para realocar as crianças em outras escolas do bairro para terminar o prejuízo às famílias.

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